Mesmo com a abertura gradual das feiras livres, cerca de 20 famílias lideradas por mulheres e que sobrevivem do cultivo de frutas, hortaliças e insumos na região rural do Bujari, optaram por continuar o uso da plataforma da Feira Virtual Sisa + para amenizar a crise causada pela pandemia do novo coronavírus.
O site foi idealizado pela Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais do Acre (CDSA), órgão ligado à Secretaria de Industria, Ciência e Tecnologia (Seict), com a colaboração do Gabinete da Primeira-Dama e de outros setores do Estado e organizações internacionais, com base nas pautas de baixas emissões, de gênero e inclusão social.
“As feiras abriram, mas muitos clientes ainda têm medo de sair de casa e ir aos locais, devido à contaminação do vírus. Vender os produtos na internet nos possibilita uma nova fonte de renda, muito útil durante a pandemia”, afirma Jesuína Braga, mais conhecida como dona Jô, uma das produtoras participantes da Feira Virtual Sisa+. Ela também é presidente da ACS (Associação de Certificação Sócio Ambiental), atuando no assentamento Walter Acer.
Essa semana, dona Jô recebeu um grupo de produtoras na varanda de sua casa para uma oficina, ministrada por Elsa Mendonza, representante do Earth Innovation Institute (EII), e Rosângela Benjamin, diretora da CDSA. O objetivo do encontro era aproximar os criadores da plataforma com seus usuários (as produtoras), a fim de corrigir eventuais problemas e debater melhorias ao sistema.
“O contato com as produtoras é fundamental para o alinhamento de ideias, visando melhorias para esse serviço. O futuro é digital, e queremos que elas tenham meios para utilizar a plataforma por conta própria. A cada dia progredimos mais, elas aprendem rápido. Não há desafio que essas mulheres não consigam superar’’, afirma Rosângela Benjamin.
Durante a oficina, explanou-se às agricultoras as formas de pagamento, entregas, distribuição, engajamento e manuseio do site, entre outros. Também foi oferecido um minicurso de fotografia, para que as empresárias rurais tirem fotos dos produtos disponíveis para divulgação no site Sisa+.
“Essas mulheres produzem itens naturais de altíssima qualidade e já possuem uma marca, nesse projeto pioneiro e de repercussão mundial’’, afirma Elza Mendoza, do EII. Ela aproveitou para enumerar alguns dos diferenciais da compra no site: “A produção é de base sustentável, não utiliza agrotóxicos nem realiza queimadas ou desmatamentos de novas áreas de florestas, e os compradores recebem alimentos frescos na porta de casa pela Sisa+. Isso, claro, sem contar o apoio para as comunidades locais lideradas por mulheres’’.