Em setembro, se confirmar os convites, o presidente Jair Bolsonaro selará o fim de uma atividade que lucra um oceano de dinheiro na Amazônia, o serviço de transporte de passageiros, veículos e cargas na navegação de travessia – no caso específico, em Abunã, no Rio Madeira. Em setembro Bolsonaro, Coronel Marcos e Gladson Cameli estarão juntos para inaugurar a Ponte do Madeira sentido Porto Velho-Rio Branco, uma festa para o Brasil e certamente algo muito triste para o dono das balsas que estarão se aposentando no momento em que Bolsonaro, Cameli e Marcos descerrarem a Fita Inaugural da ponte tão esperada pelos acreanos. Atualmente, as obras estão com a estrutura em 95% concluída, estágio que muda completamente a paisagem na travessia.
Há anos a imprensa já disse que a balsa do Abunã era a outorga mais lucrativa da empresa dona das balsas porque o Abunã é “passagem obrigatória de quase tudo que entra ou sai via BR-364, a única que liga as demais regiões do País ao extremo-oeste brasileiro”.
Há trinta anos, três ou mais balsas operam dia e noite na confluência dos rios Madeira e Abunã, serviço que já operado pelo Exército Brasileiro.
A operação da empresa no Rio Madeira já gerou críticas e queixas de usuários em relação à falta de segurança, à cobrança de tarifas excessivas e à má qualidade dos serviços prestados -e é mal falada até hoje.
A tabela de tarifas para travessia no distrito de Abunã isenta apenas pedestres e ciclistas. No mais, todos pagam valores que vão até mais de R$ 200 pela travessia.
Agora, no inverno, o problema é a atracagem da balsa e, no verão, a falta de água no Madeira dificulta a navegação. São normais filas de automóveis, ônibus e caminhões esperando a vez de ir para a outra margem.
Quando Bolsonaro decretar a inauguração da ponte já se saberá o destino da balsa: “vai deixar de existir assim como aconteceu com a ponte do Madeira na BR-319”, disse a um jornal local o secretário de Infraestrutura do Acre, Thiago Caetano.
Com informações de ac24horas.com