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Os motivos que levaram à queda do desemprego no Estado do Acre

O Dia do Trabalhador, celebrado nesta quarta-feira, 1º, historicamente relembrou o movimento da categoria por melhores condições de trabalho. Na data em que se celebra a importância dessa classe para o progresso da nação, o governo do Acre apresentou ações que incentivam a geração de emprego e renda no estado, tanto na gestão pública, como na privada.

O resultado dessas ações é verificado diretamente nos dados que apontam índices positivos quando o assunto é geração de emprego. Um dos levantamentos que medem o índice de desocupação no mercado de trabalho registrado no Acre é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No começo deste ano, os dados apontaram que o índice de desocupação no estado foi o menor entre as 27 unidades da federação no ano passado.

A publicação, feita em fevereiro deste ano, mostra que a taxa anual de desemprego no estado foi de 4,9%, o nível mais baixo da série histórica, que teve início em 2012.

Os mesmos dados positivos na geração de empregos podem ser vistos no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). De acordo com os números, no ano passado, o Acre fechou com 50.824 admissões contra 46.432 desligamentos, finalizando o ano com 4.392 novos postos de emprego formal e um estoque de 103.836 vagas, segundo o painel.

O maior empregador, de acordo com o levantamento, foi o setor de serviços, com 2.164 novos postos; seguido do comércio, 734 vagas e indústria, com 673 novos postos.

Já neste ano, em março, o Acre foi o estado com a maior geração de empregos formais, segundo o Caged. O saldo foi de 1.183 novos postos, sendo 5.003 admissões contra 3.820 desligamentos.

Ainda de acordo com a Pnad Contínua, o estado acreano tem 696 mil pessoas na idade de trabalhar e 335 mil estão na força de trabalho. O setor privado tem 114 mil pessoas empregadas, enquanto 72 mil pessoas estão no setor público. Ao todo, o mercado informal tem 139 mil pessoas.

Incentivo ao ambiente de negócios
Uma das ações em que o governo do Estado apostou para aproximar e desburocratizar alguns serviços ao empreendedor foi compor a sala destinada ao atendimento dessa categoria. A Junta Comercial é o braço do Estado que atende e incentiva a abertura de empresas.

Para a abertura e manutenção de uma empresa, há demandas no âmbito estadual e municipal e, a partir de agora, todos esses serviços vão estar reunidos em um só lugar.

A presidente da Junta Comercial do Estado do Acre (Juceac), Nayara Honorato, esteve presente na inauguração da Sala do Empreendedor em janeiro e destacou a importância da iniciativa.

“A Junta Comercial é o integrador estadual desse processo nos 22 municípios, interligando todos os órgãos licenciadores. Nessa sala vai estar o necessário para orientar sobre a abertura de empresa e todo o apoio”, explicou a gestora, ao salientar que o órgão é o coletor estadual para a constituição das empresas no estado.

O titular da Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre (Seict), Assurbanípal Mesquita, destaca que o crescimento, mesmo durante um período desafiador, com perda de repasses, como o Fundo de Participação dos Estados (FPE), mostra que o esforço do governo do Acre tem gerado resultados positivos na economia.

“Foi um ano difícil para todo o país, mas o Acre conseguiu se sobressair com esses índices, bastante favoráveis. Isso graças à pujança do nosso setor empresarial, que inclui indústria, comércio e agronegócio, e que está aproveitando os incentivos e todo o ambiente de negócios, gerando o seu trabalho de produção e, consequentemente, empregos, dividendos e riqueza para o Acre”, observa.

Concursos e processos seletivos
A gestão pública também tem criado um ambiente de contratação, seja por concurso público ou contratação temporária. Só no ano passado, segundo dados da Secretaria de Estado de Administração do Acre (Sead), foram 6.222 servidores convocados para o quadro do Estado, resultado de concurso público efetivo ou processo seletivo simplificado, que oferece vagas temporárias.

A medida só reforça o compromisso do governo estadual em propiciar o ingresso dos jovens no mercado de trabalho. Para quem foi chamado, além da realização de um sonho, é a forma de contribuir para o progresso do estado, trabalhando na área que escolheu para atuar.

Para quem foi convocado, o sentimento é de sonho realizado. O concurso muda a vida não só de quem passou, mas é fundamental para a qualificação do serviço prestado à população. Uma das vagas do concurso da Secretaria de Saúde foi ocupada pela fisioterapeuta Fabiana Souza. Filha de fotógrafo, que também é ambulante, e de dona de casa, ela viu sempre na educação e na carreira do serviço público a oportunidade de assegurar aos pais uma aposentadoria tranquila.

Fabiana conta que foi desacreditada por muitos, mas que sempre aproveitou as oportunidades para o seu desenvolvimento, com ensinamentos dos pais, que, tendo estudado apenas até a 4ª série, sempre deram importância à educação formal das duas filhas. Estudante de escola pública, conseguiu ingressar em uma faculdade particular por meio da bolsa do Programa Universidade para Todos (Prouni), o primeiro degrau para ver sua história mudar.

“Com eles, aprendi sobre simplicidade, humildade, honestidade e respeito. Tem gente que tem mais ambição, mas eu não. Eu, conseguindo dar conforto aos meus pais, já está bom. Hoje posso contribuir em casa, sou a renda mais segura, o que me deixa feliz”, conta.

Neto de seringueiros, Rodrigo Araújo relata que sempre teve acesso às causas ambientais no seu cotidiano, principalmente porque morava no bairro Cidade Nova e via constantemente a casa alagar, fato que o fez buscar especialidade em recursos hídricos.

Mesmo tendo acesso a muitas ferramentas que o ajudaram a chegar ao serviço público, o engenheiro diz que sempre concentrou os esforços em estar no cargo que ocupa, atuando na área que sempre quis atuar.

“Estar aqui hoje é a realização de um sonho. Acredito que a inserção de pessoas mais jovens no serviço público é importante. Essa troca entre os mais jovens e os mais experientes traz uma renovação para a própria estrutura governamental”, avalia.

Obras gerando emprego
As obras também geraram emprego na construção civil e todos os setores que estão envolvidos nela. Um levantamento feito pela gestão do governador Gladson Cameli, que cumpre seu segundo mandato, mostra que o Acre tem 126 grandes obras entregues e ainda 444, entre as que estão em andamento, os projetos aprovados e aquelas em planejamento.

Uma das principais obras do governo, a nova maternidade, emprega diretamente mais de 70 pessoas. Enquanto estão envolvidos em uma das maiores construções do estado, os trabalhadores destacam como essa atividade econômica e o fomento na construção civil são importantes para tirar muitas pessoas da estatística do desemprego.

É o caso de Leidiane Santos. Apontadora de obra, ela compõe a equipe que levanta a Maternidade Marieta Messias Cameli. “Estava desempregada há mais de seis anos, quando surgiu a oportunidade aqui. Essas obras são muito importantes, porque geram emprego para todos nós. Então, é um local onde podemos trabalhar, ter nosso dinheiro em dia, e tudo isso é muito importante”, destaca.

Rafael dos Santos também passou um ano desempregado antes de ser chamado para trabalhar como servente de pedreiro na obra. “Já estou há sete meses ajudando aqui, e essa questão do governo apostar na construção civil é boa, porque tira muita gente da rua”, completa.

O governador do Acre, Gladson Cameli, em sua última vistoria à obra destacou a importância de apostar no setor de construção civil, que é um dos que mais gera emprego e renda no estado.

“Uma obra saindo do papel mostra o compromisso e a dedicação da nossa equipe. Isso aqui gera emprego, e podemos ver o otimismo e a dedicação dos funcionários. E mais ainda, aumenta a credibilidade que o Estado está tendo, porque a empresa está tocando a todo vapor e gerando emprego”, destacou.

Novo Sine
Outro ponto que ajuda na distribuição de vagas no mercado é o Sistema Nacional de Empregos (Sine), que, no primeiro trimestre do ano, fez mais de 10 mil atendimentos, desde a emissão da carteira de trabalho digital à emissão de cartas de encaminhamento.

Como explica a coordenadora do sistema, Jaqueline Castro, a instituição é uma intermediadora entre o candidato a uma vaga de emprego e a iniciativa privada “com orientação quanto à escolha de emprego, informações quanto aos recursos humanos disponíveis e, a partir da reestruturação, também com assistência social”.

E agora, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), entrega, no dia 3 de maio, como parte da programação alusiva ao Dia do Trabalhador, a nova estrutura do Sine, projeto que é uma parceria com o governo federal, por intermédio do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

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