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Fique atento com multiprocessados: açucar, gordura e sódio

O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) está lançando uma campanha que visa chamar a atenção dos consumidores para um símbolo que vem figurando em embalagens de diversos alimentos e bebidas: a lupa. Acompanhada da inscrição “ALTO EM”, ela é um selo de aviso ao público para mostrar que determinado produto contém excesso de açúcar adicionado, gordura saturada, ou sódio; e, em algumas vezes, duas ou três dessas substâncias juntas, em quantidades muito além das indicadas.

Após anos de discussão, em outubro de 2020 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da lupa para enquadrar fabricantes de comidas e bebidas que abusam desses ingredientes nocivos na formulação dos itens que colocam à venda. Ficou estabelecida a obrigatoriedade da lupa na parte da frente de embalagens para informar o consumidor no momento da compra. Essa regra já está em vigor desde outubro do ano passado e será implementada de maneira gradual até 2025. Apesar disso, o símbolo já pode ser encontrado em diversos produtos.

Apesar de muitos fabricantes já terem se adequado – e os ovos de Páscoa neste início de ano serem o primeiro contato de muitos consumidores com a novidade – o Idec alerta que a indústria de alimentos e bebidas ultraprocessados tenta suavizar o impacto do selo, nunca vinculado aos prejuízos à saúde causados pelo consumo excessivo desses nutrientes. Entre as doenças relacionadas às más escolhas na alimentação estão diabetes, hipertensão e alguns tipos de cânceres.

Campanha

Para deixar claro que a lupa é uma ferramenta de saúde pública para informar sobre o excesso de nutrientes nocivos à saúde, o Idec lança uma campanha bem-humorada na internet e nas redes sociais para chamar a atenção dos consumidores. Nos próximos 30 dias, as redes TikTok, Instagram, YouTube e Facebook vão veicular vídeos de 30 e 15 segundos trazendo vários eventos do cotidiano que se assemelham ao alerta das embalagens, como momentos “alto em tédio”, “alto em vergonha alheia” ou “alto em enrolação”, questionando se não seria melhor encarar situações corriqueiras se elas viessem com um aviso. Mídia out of home nas capitais São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e spots de rádio também estão programados. A criação é da agência Moringa Digital, de Brasília.

“Não podemos deixar que as pessoas se acostumem com os selos nas embalagens sem fazer associação direta com o risco de desenvolvimento de doenças crônicas, como já acontece com fumantes e as caixinhas de cigarro”, pontua Laís Amaral, supervisora técnica do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec. “Agora que os consumidores começam a ter contato com os novos rótulos, é fundamental que eles saibam usar essa informação a seu favor e possam tomar melhores decisões de compra”, completa.

A campanha é ancorada pelo site deolhonosrotulos.org.br, que traz informações práticas sobre como ler e interpretar o selo “ALTO EM”, explica os pontos positivos e negativos do modelo adotado no Brasil e expõe os problemas de saúde associados ao consumo de alimentos e bebidas ultraprocessados. O site também disponibiliza a ferramenta Raio-X dos Rótulos para desvendar os rótulos de mais de 24 categorias de produtos.

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