Na última semana, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social, dos Direitos Humanos e Políticas para as Mulheres (SEASDHM), esteve em Brasileia e Assis Brasil para a realização de uma série de reuniões com lideranças e mulheres indígenas dos municípios.
O objetivo foi de consultar os povos indígenas sobre as ações que serão desenvolvidos pelo governo nas suas terras e áreas urbanas da região, cumprindo o que preconiza a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que conceitua que os povos interessados deverão ter o direito de escolher suas próprias prioridades, em relação ao processo de desenvolvimento de suas vidas.
Equipe da SEASDHM busca acompanhar de perto os anseios e necessidades para melhor atender a população. Foto cedida.
Durante as reuniões, o fortalecimento da cadeia produtiva do artesanato, em suas mais diversas formas, foi defendido. Uma prática perdida com o decorrer dos anos que possibilita a minimização dos danos econômicos sofridos pelos indígenas durante a pandemia do covid-19, que afetou a rotina das famílias.
O povo Jaminawa que reside na região de Brasileia reforça uma necessidade além do resgate das práticas artesanais de seus antepassados, como o resgate da identidade cultural de seu povo, perdida com a vivência nas periferias do município.
A técnica de referência para assuntos indígenas da SEASDHM, Andréia Guedes, relata quanto o resgate de atividades: “Além de fortalecer o acesso a renda, trará a revigoração cultural dos povos, fator importante para toda a comunidade indígena, principalmente para os jovens e crianças, perpetuando costumes e tradições de seus antepassados”.
Consulta do governo a povos indígenas é necessária para o desenvolvimento de ações. Foto cedida.
“Essa é a primeira vez que os povos indígenas de Assis Brasil, principalmente os que vivem em contexto urbano, foram contemplados com ações como essa”, conta a técnica de enfermagem do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), Maryfrancis Manchineri.
Juraci Jaminawa, reside em Brasileia, na invasão 28 de maio, e reforça o apontamento de Maryfrancis, ao dizer estar satisfeito por ter seu povo contemplado com este projeto, já que por não viverem em terra indígena demarcada, não são alcançados por todas as políticas públicas.
A. N. A.