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Deslizamentos na ETA da Sobral podem desabastecer Rio Branco

Com um cenário preocupante, de riscos de novos deslizamentos de terra na área onde está instalada a captação da maior unidade de produção do Departamento Estadual de Água e Saneamento do Acre (Depasa) na capital, a Estação de Tratamento de Água (ETA) II, o governo do Acre e a Prefeitura de Rio Branco seguem mobilizados para eliminar riscos de interrupção no abastecimento de água na cidade.

As intervenções envolvem equipes Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), Departamento Estadual de Água e Saneamento (Depasa), Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Regional (Sedur), Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (Deracre), Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) e Empresa Municipal de Urbanização (Emurb). Gestores e técnicos da Defesa Civil municipal e estadual também acompanham os trabalhos.

Com a estrutura física da nova subestação para alimentar a estação de captação em fase de conclusão, as frentes de serviço concentram esforços para realizar a implantação do sistema elétrico, com a instalação de  transformadores, quadros de acionamento e cabeamento. “Tudo simultaneamente, numa verdadeira força-tarefa”, destaca o diretor de Operações do Depasa, Alan Ferraz.

Ainda com o objetivo de evitar nova movimentação de terra na captação, equipes da Emurb esvaziam reservatório idealizado para atender projetos de piscicultura na área da Central de Abastecimento de Rio Branco (Ceasa).  “Trata-se de um tanque, que acabava funcionando como carga hidráulica para acelerar o processo de deslizamento de terra na região. Com o esgotamento retiramos um peso, que faz pressão sobre a massa, já instável”, explica o secretário adjunto de Infraestrutura, Jamerson Lima.

As ações emergenciais buscam evoluir com o processo de contenção e estudo do solo para avaliar o nível de comprometimento da estrutura por causa da nova movimentação de terra. “Vamos ainda fazer áreas de acesso para manutenção e canaletas de drenagem superficial, para evitar que o processo se acelere”, enfatiza Lima.

A origem do problema

Tudo começou em maio de 2020, quando uma grande movimentação de terra colocou em risco a subestação que alimenta a estação de captação da ETA II.

Àquele momento, o governo do Estado iniciou procedimentos para realização de obras emergenciais, com o objetivo de preservar a estrutura da unidade de produção do Depasa e continuar garantindo o funcionamento do sistema de abastecimento da capital.  Os projetos contemplaram execução de obra de contenção e de construção de nova subestação. O investimento foi de R$ 6 milhões.

Construída sobre estacas de 40 centímetros de diâmetro, fincadas a 21 metros de profundidade, a nova subestação está segura. O muro de arrimo, construído com 54 estacas de concreto, com 51 centímetros de diâmetro, entre 18m e 20m de profundidade, também contribuiu para desacelerar o processo de desbarrancamento, mas ainda há riscos.

 

Agora, um ano depois do primeiro sinistro, e após mais um período de cheia do Rio Acre, nova movimentação de terra voltou a ameaçar o funcionamento da captação da ETA II.  Há cerca de 30 dias, o solo da área da captação voltou a se movimentar, formando nova cunha, em movimento de rotação. A subestação, que já apresentava fissuras, continua com risco de desabar e, mesmo com a contenção, o movimento de terra continua progredindo a cada período de cheia.

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