Diferentes mobilizações contestam a possibilidade de fechamento da Escola de Música do Acre. Um grupo de Rio Branco, por exemplo, criou um abaixo assinado dirigido ao governador Gladson Cameli e coleta assinaturas para tentar sensibilizar a autoridade contra o fim do espaço que consideram, entre muitos atributos, gerador de emprego e renda para músicos do Estado do Acre.
O abaixo-assinado chegou a marca de mais de 1.030 assinturas até às 10 horas deste domingo (25) mas muita gente estava aderindo, segundo era possível constatar.
O documento diz que a Escola de Música do Acre foi fruto de intensas mobilizações por parte do movimento cultural acreano, em pactuação com a gestão pública da cultura, através da participação na construção de políticas públicas voltadas para a cultura em fóruns, conferências e debates.
“O espaço, administrado inicialmente pela Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), é adaptado especificamente para o ensino da música, com auditório, salas e estúdios para estudo individual adequados à realização de cursos com foco na capacitação e formação musical, não tendo espaços específicos para o desenvolvimento do ensino em outras artes, visto que essas também necessitam de ambientes adequados às suas práticas”, diz o abaixo-assinado.
A EMAC se tornou referência no que se refere ao ensino da Música no Acre, tendo contribuído na formação e na sensibilização de mais de 4.000 crianças, jovens e adultos, certificando cerca de 2.000 pessoas, que tiveram acesso às atividades oferecidas de forma totalmente gratuita. Além disso, trata-se de um espaço que garante emprego e renda para os profissionais da música que lá atuam.
Em 2019, através do Decreto nº 2.338, a EMAC passa a ser administrada pela Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes, na intenção de garantir melhores condições de funcionamento, porém sem perder sua finalidade voltada ao ensino da música. Portanto, muito nos surpreendeu, a nós, músicos acreanos, quando fomos informados, através da imprensa, de uma mudança radical no modelo da EMAC, sem a devida pactuação com o movimento cultural/musical e a sociedade civil, seja através de uma consulta pública ou através de apreciação prévia do Conselho Estadual de Cultura.
“Ressaltamos que o projeto da escola vocacionada possui méritos, porém acreditamos que existem outras alternativas de espaços para sua implantação, inclusive utilizando prédios de escolas regulares que se encontram ociosos e que teriam melhores condições de abrigar esse projeto de forma mais adequada, não sendo necessário, dessa forma, utilizar-se da estrutura física da EMAC preservando assim sua finalidade de ser um espaço destinado exclusivamente ao ensino da música no estado do Acre”, completa.
Saiba como anda o abaixo-assinado aqui