Com o objetivo de demonstrar que o setor de ortopedia do Hospital de Urgência e Emergência (Huerb) possui ótimos profissionais, faltando apenas equipamentos para a realização do atendimento das demandas, os diretores do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) participaram da audiência pública realizada pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), na manhã desta terça-feira (20), por meio de teleconferência.
Em todo o debate, os representantes do Sindicato questionaram a real necessidade de entregar o setor para a iniciativa privada, o que poderia resultar no desmonte da estrutura do Estado.
“O que acontecerá com os ortopedistas do Estado e o que seria feito para evitar a debandada destes médicos após a terceirização? O correto seria a melhoria da carreira médica”, afirmou o diretor do Sindmed-AC, o ortopedista Ítalo Maia, que também cobrou concurso público.
Para o vice-presidente do Sindmed-AC, Rodrigo Prado, existem pontos que o próprio Estado deixou de apresentar demonstrando a necessidade de repassar um serviço para uma empresa privada. “A princípio, a terceirização representa uma precarização e uma assunção do Estado de sua incapacidade de gerir o atendimento de saúde pública. Como veio a ideia de terceirização e qual a motivação? O que se fala, aprioristicamente, que teria ensejado o desejo de terceirizar seria a falta de resolutividade, porém, para mim, soa muito genérico”, questionou o vice-presidente.
Para o presidente do Sindicato dos Médicos, Guilherme Pulici, os ortopedistas que atuam no setor são capazes de oferecer resolução para os casos, mas a maior dificuldade está na falta de equipamentos para atender os pacientes.
“O problema não é a mão de obra, mas de falta de materiais, insumos necessários para resolução dos quadros de ortopedia”, detalhou o representante da classe.
Na reunião, os gestores da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) informaram que o processo de escolha de uma empresa terceirizada está suspenso por decisão judicial.
A convocação da Audiência Pública foi feita a pedido do deputado estadual e médico Jenilson Leite depois de uma reunião com representantes dos sindicatos da saúde.