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Governo do Acre vende ZPE e recurso será investido na indústria

Nesta sexta-feira, 16, o governo do Estado deu um passo importante para o avanço da economia do Acre. Por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict) e da Secretaria Adjunta de Licitações (Selic), o governo realizou o Leilão da Zona de Processamento e Exportações (ZPE), arrematada por R$ 25,8 milhões, pelo grupo de investidores China Haiying do Brasil, no ato representados pela Organização Contábil Prado, do estado.

Entregue à população acreana há quase dez anos, com a promessa de geração de emprego, fortalecimento das empresas locais e abertura de novos negócios, a ZPE não apresentou os resultados esperados desde sua criação, onerando os cofres públicos. Fazer o leilão do empreendimento era um desejo do governador Gladson Cameli desde o inicio de sua gestão, de forma que a instituição fosse reativada e pudesse cumprir seu papel inicial de trazer investimentos para o estado, fazendo do Acre porta de entrada do Brasil, para investidores do mundo todo.

A área de mais de cem hectares está localizada no município de Senador Guiomard, e após laudo técnico e parecer da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), por conta do estado de deterioração do prédio, ficou avaliada em pouco mais de R$ 25 milhões. O gestor da Seict, Anderson Abreu, explicou que o governo esteve buscando uma solução para a ZPE por dois anos. “Foi um trabalho árduo, em que nós estivemos tratando, buscando investidores, e hoje estamos concretizando o sonho de viabilizar um investimento que há anos estava parado, gerando somente despesa para o Estado”, disse.

Em 25 dias, o Estado receberá 5% do valor total da compra, em forma de entrada, e vai destinar o recurso a investimentos na indústria local. “Optamos pela venda da Administradora da Zona do Processamento e Exportações (Azpe) por achar ser o caminho mais viável para seu funcionamento. Na iniciativa privada há mais condições de encontrar empresas para viabilizar o empreendimento. O governador optou por essa alternativa, tendo em vista que  os recursos investidos voltarão para os cofres públicos, e com a geração de emprego e renda vem o desenvolvimento regional, que hoje é o mais importante para o governo” explicou o diretor de Gestão Operacional e Recursos Humanos da Azpe, Marcos Vinicius de Moraes.

Em 25 dias, o Estado receberá 5% do valor total da compra, em forma de entrada Foto: José Caminha/Secom.

O representante do grupo de investidores, José Maurício Prado, explicou que a empresa tem o objetivo de criar mecanismos que ajudem a fortalecer a economia do Acre. “Temos toda a condição de investir e de fazer com que o empreendimento funcione do jeito que precisa. A escolha foi estratégica, inclusive porque recebemos ofertas de outros lugares, mas o Acre foi escolhido justamente por ter a saída do Pacífico, com a intenção de que todo produto saia por essa estrada, mesmo sabendo que ainda há investimentos de infraestrutura a serem feitos”, ressaltou.

Linha do tempo da ZPE

Em julho de 2010, o governo do Estado sancionou a lei nº 2.296, que criou a empresa de economia mista vinculada, à época a antiga Secretaria de Estado de Desenvolvimento Florestal (Sedens).

A ZPE Acre foi a primeira do país a receber autorização alfandegária para funcionar, chegando inclusive a receber propostas para instalação de empresas, que não vigoraram.

Desde o início de sua gestão, o governador Gladson Cameli demonstrou preocupação com o empreendimento, empenhando-se em encontrar soluções para que a ZPE entrasse, de fato, em funcionamento e se tornasse economicamente viável, além de ofertar novos postos de trabalho e, consequentemente, gerasse renda e desenvolvimento. Começou ai a corrida para vendê-la.

Primeiramente, o governador Gladson Cameli integrou a comitiva brasileira liderada pelo presidente Jair Bolsonaro, cumprindo agenda internacional voltada ao fortalecimento da integração entre o Brasil e a China. Na oportunidade, ficou estabelecida a cooperação estratégica entre o Acre e a província chinesa de Shandong.

No ano seguinte, o governo sancionou a lei que integraliza a área administradora na zona, ficando com toda área autorizada a negociar com possíveis investidores. Em seguida publicou o edital e por fim realizou o leilão.

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