Segundo o levantamento do Poder360, a maioria dos Estados brasileiros recebeu do Ministério da Saúde mais medicamentos do chamado “kit covid” do que remédios que compõem o kit intubação, necessário para alguns pacientes internados com quadros graves de covid-19.
O Acre, por exemplo, recebeu 436.160 de compromidos do kit covid e 130.254 do kit intubação. Ou seja: o repasse de kit covid foi quatro vezes maior que o kit intubação.
Os itens do kit intubação estão em falta em diversos Estados e municípios, segundo constata desde março o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).
O “kit covid” é formado por difosfato de cloroquina, hidroxicloroquina e fosfato de oseltamivir (o tamiflu). Não há estudos científicos que comprovem, conclusivamente, a eficácia desses medicamentos no tratamento da covid-19. Desde junho do ano passado, o Ministério da Saúde remeteu 21,6 milhões de unidades desses fármacos aos Estados e ao Distrito Federal.
Já os kits para intubação são compostos por sedativos, neurobloqueadores musculares e analgésicos opioides –insumos básicos para realizar o procedimento, que visa a preservar a respiração do paciente. Foram distribuídos 8,61 milhões de unidades desses remédios desde junho de 2020.
De acordo com os dados atualizados até a última quinta-feira (15) pelo LocalizaSUS, plataforma do Ministério da Saúde, foram 22 unidades federativas, em todas as regiões do país, que receberam em maior quantidade os remédios do “kit covid” do que os do kit intubação. (Poder360)