Segundo O Globo publicou nesta nesta terça-feira (18) o Ministério Público Federal (MPF) cobrou do governo ação imediata para acompanhar a situação dos povos indígenas que vivem na fronteira do Acre com o Peru, em meio à pandemia da Covid-19.
O ofício, encaminhado à Fundação Nacional do Índio (Funai) e à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) na noite desta segunda-feira, pede urgência dos órgãos para atuarem na recente situação de contato feito por um grupo de isolados que vive no alto curso do rio Humaitá, revelado pelo Globo no último sábado.
Após o contato feito por um grupo estimado entre 10 e 20 índios com a aldeia Terra Nova, no rio Envira, onde vivem os Kulina Madiha, os isolados teriam indo embora levando alimentos, panelas, machado e algumas peças de roupa, cobertas e redes. O Globo apurou junto a moradores da aldeia que há índios kulina com sintomas de tosse, dor de cabeça e cansaço. A área onde vivem esses índios é um dos pontos da Amazônia no qual não existe barreiras sanitárias instaladas pelo governo federal.
O pedido de urgência, assinado pela subprocuradora da República Eliana Torelly, considerou o momento delicado em que vivem esses povos originários ameaçados de serem dizimados caso o coronavírus se espalhe por suas aldeias. Eliana coordena a 6ª Câmara da Procuradoria Geral da República (PGR) e exerce o papel, no âmbito do MPF, de integrar e revisar as ações institucionais destinadas à proteção da população indígena e comunidades tradicionais.
‘Carecas-cabeludos de pés grandes’
Relatos feitos ao Globo pelo cacique Cazuza Kulina dão conta de que, há mais ou menos uma semana, um índio chegou sozinho à aldeia e pernoitou na casa de um morador. Um dia depois, de acordo com Cazuza, homens, mulheres e crianças (estimados entre 10 e 20 indígenas) também chegaram. O contato, considerado raro por indigenistas, acontece em meio ao momento de maior risco desses povos por conta do avanço da Covid-19 dentro das florestas.
Por não terem memória imunológica para resistir às mais simples gripes, esses povos originários correm risco de serem dizimados caso sejam contaminados.
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