Acidentes aéreos são geralmente causados por um conjunto de fatores complexos. Mas, apesar dos rígidos padrões que devem ser seguidos por companhias aéreas e suas tripulações, alguns acidentes surpreendem pelas causas mais estranhas.
Já houve casos de acidente causado pelo filho do comandante que estava brincando na cabine dos pilotos, uma bituca de cigarro jogada na lixeira do banheiro e até uma vírgula que causou erro no sentido do voo.
Veja cinco acidentes com causas banais:
Aeroflot 593 – filhos na cabine
Com 75 pessoas a bordo, sendo 63 passageiros e 12 tripulantes, o Airbus A310 da companhia aérea russa Aeroflot caiu após o comandante Yaroslav Kudrinsky colocar seu filho de apenas 16 anos em seu lugar durante o voo. Ninguém sobreviveu ao acidente, ocorrido em 23 de março de 1994.
Com 75 pessoas a bordo, sendo 63 passageiros e 12 tripulantes, o Airbus A310 da companhia aérea russa Aeroflot caiu após o comandante Yaroslav Kudrinsky colocar seu filho de apenas 16 anos em seu lugar durante o voo. Ninguém sobreviveu ao acidente, ocorrido em 23 de março de 1994.
Mais de quatro horas após a decolagem, os filhos do comandante Yaroslav Kudrinsky resolveram visitar o pai na cabine de comando do Airbus A310. O avião voava no piloto automático, mas quando Eldar, o filho mais velho de 16 anos, sentou na poltrona do comandante os problemas começaram.
Ao simular que pilotava o avião, Eldar forçou demais os comandos do avião, causando o desligamento do piloto automático. Os verdadeiros pilotos só percebem o problema quatro minutos depois, quando o avião já estava em uma situação incontrolável.
Varig 820 – cigarro na lixeira
O Boeing 707 da Varig caiu a apenas cinco quilômetros do aeroporto de Orly, nos arredores de Paris, depois que um incêndio tomou conta do avião no dia 11 de julho de 1973. O jato havia decolado do Rio de Janeiro para Londres, com escala em Paris.
Pouco antes do pouso na capital francesa, teve início um incêndio em um dos banheiros localizados na parte traseira do avião. O fogo se espalhou para a fiação elétrica, causando uma enorme nuvem de fumaça a bordo. As investigações concluíram que o incêndio começou com uma bituca de cigarro que foi jogada acesa na lixeira do banheiro.
Mesmo com o incêndio a bordo, os pilotos tentaram pousar o avião, mas a fumaça que tomou conta da cabine impedia a visão dos pilotos. O Boeing 707 fez um pouso de emergência em uma plantação próxima ao aeroporto. Houve 123 mortes e 11 sobreviventes, sendo um passageiro e dez tripulantes.
Germanwings 9525 – copiloto suicida
O Airbus A320 da companhia aérea alemã foi jogado contra os alpes franceses pelo copiloto Andreas Lubitz quando fazia o voo entre Barcelona e Dusseldorf (Alemanha). Lubitz aproveitou o momento em que o comandante deixou a cabine para ir ao banheiro para trancar o cockpit e assumir sozinho o controle do avião. O acidente ocorreu no dia 24 de março de 2015.
Lubitz já havia sido tratado por tendências suicidas, porém não informou à companhia sobre isso. Quando ficou sozinho na cabine, o copiloto se matou**. 143 pessoas que estavam a bordo morreram. O avião desceu cinco quilômetros de altitude em oito minutos até se chocar com os alpes franceses.
Depois do acidente, diversos órgãos reguladores da aviação pelo mundo passaram a exigir a presença constante de, pelo menos, dois tripulantes na cabine de comando. Caso um dos pilotos precise sair, um comissário deve ficar na cabine.
National 102 – carga solta a bordo
A queda do Boeing 747 cargueiro da National Airlines chamou atenção ao ser filmada por uma câmera a bordo de um carro que passava na rodovia próxima ao aeroporto de Bagram (Afeganistão) em 29 de abril de 2013. Logo após a decolagem, o avião levanta o nariz muito além do normal e logo em seguida inicia um mergulho em direção ao solo.
As investigações mostraram que o acidente foi causado por um erro na hora de amarrar a carga a bordo do Boeing 747. O avião levava cinco veículos militares. Após a decolagem, a carga se deslocou para parte traseira, danificando alguns sistemas do avião, o que o deixou sem controle.
O Boeing 747 explodiu ao cair, matando os sete tripulantes a bordo.
Varig 254 – uma vírgula errada
Em 3 de setembro de 1989, a falta de uma vírgula no plano de voo confundiu os pilotos do voo Varig 254, fazendo com que eles se perdessem sobre a Floresta Amazônica até ficarem sem combustível e caírem.
Em seu último trecho do voo, o Boeing 737-200 decolou de Marabá (PA) com destino a Belém. O avião deveria seguir no rumo 027 da bússola (ao norte), mas os pilotos direcionaram o avião para o 270 (ao oeste). O erro foi causado por uma falha do plano de voo emitido pela Varig.
A Varig havia começado a disponibilizar planos de voo computadorizados meses antes do acidente. Até aquela época, utilizavam-se apenas três dígitos para inserir a orientação do rumo que a aeronave deveria seguir. Com os novos planos computadorizados, esse campo passou a contar com uma casa decimal, ficando com quatro dígitos ao todo.
O plano de voo apontava que os pilotos deveriam seguir o rumo 0270. Como o último numeral era uma casa decimal, o rumo correto era o 027, mas os pilotos interpretaram como rumo 270. Com isso, o voo Varig ficou perdido sobre a floresta durante a noite, voando até acabar o combustível e cair. Das 54 pessoas a bordo, 12 passageiros morreram e 17 ficaram gravemente feridos. Os outros tiveram ferimentos menores.
Fonte: UOL