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P2 de Tremembé: como é a ‘prisão dos famosos’ onde Robinho ficará

O ex-jogador Robson de Souza, o  Robinho, foi condenado a nove anos de prisão pela Justiça italiana por estuprar, junto com outros cinco homens, uma mulher em uma boate em Milão no ano de 2013.

Ele vai cumprir a pena no Brasil após a decisão divulgada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta quarta-feira (20), e foi transferido para a Penitenciária 2 de Tremembé na madrugada desta sexta (22).

A Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, a P2 de Tremembé, fica a cerca de 150 km da capital paulista. A prisão é conhecida como a “Cadeia dos Famosos” por abrigar criminosos de casos de grande repercussão nacional.

Estrutura da P2 de Tremembé

Atualmente, a P2 de Tremembé abriga 434 detentos, mas tem capacidade para até 584. A maioria dos presos da unidade tem ensino médio ou nível superior completo. Por operar em baixa capacidade e não receber pessoas ligadas a facções criminosas, é considerada uma prisão mais “tranquila”, sem grandes rebeliões ou denúncias de maus-tratos.

Atualmente, a unidade abriga 434 detentos, que estão divididos em dois pavilhões de regime fechado e um alojamento para o semiaberto
Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Atualmente, a unidade abriga 434 detentos, que estão divididos em dois pavilhões de regime fechado e um alojamento para o semiaberto

O local é dividido em dois pavilhões de regime fechado e um alojamento para os presos do semiaberto. As celas da penitenciária comportam até oito presos. Além disso, há nove celas individuais.

Os detentos fazem as refeições diárias dentro das celas e têm direito ao banho de sol. Há também cozinha, igreja, sala de aula, biblioteca, campo de futebol e horta.

Os detentos podem trabalhar na unidade — mesmo os que estão em regime fechado — nas fábricas da Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimental (Funap). Lá, eles fabricam carteiras e cadeiras escolares, fechaduras e pastilhas desinfetantes para vasos sanitários, entre outros.

Detentos participam de oficinas de trabalho para remir pena na prisão em SP
Divulgação/FUNAP

Detentos participam de oficinas de trabalho para remir pena na prisão em SP

É também nas oficinas da Funap que os presos podem realizar cursos de capacitação profissional para que possam atuar como mão de obra em serviços para empresas e governos municipais.

As oficinas da Funap integram o programa de remição de pena pela mão de obra. Para cada três dias de trabalho, é abatido um dia de pena — desde que exista a autorização judicial.

“Cadeia dos famosos”

A P2 de Tremembé é muito conhecida por ser a unidade prisional dos criminosos mais “famosos” do país, ou seja, de casos de grande comoção nacional.

Criada após a desativação do Carandiru, desde março de 2002, a P2 abriga presos que “pela profissão que exerciam ou por alguma outra razão, corriam risco de vida em outras unidades prisionais”, conforme explicou à Globonews o juiz aposentado do Estado de São Paulo Nagashi Furukawa, secretário de Estado da Administração Penitenciária responsável pela criação do presídio.

Estão ou já estiveram na penitenciária de Tremembé detentos como:

Alexandre Nardoni

Alexandre Nardoni  foi preso em 2008 e condenado a 30 anos de prisão pela morte da filha Isabella, que tinha 5 anos. Atualmente, Nardoni está na ala de regime semiaberto da P2 de Tremembé, em um alojamento coletivo após deixar a cela em 2019.

Suzane von Richthofen

Suzane von Richthofen  foi presa em 2002 por envolvimento na morte dos pais. Ela saiu da prisão em janeiro deste ano, após a Justiça permitir a progressão para o regime aberto.

Cristian e Daniel Cravinhos

Os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, condenados pelo assassinato dos pais de Suzane von Richthofen, foram ambos encarcerados em Tremembé. Cristian foi liberado para o regime aberto em 2017 após passar uma década na prisão, mas retornou em 2018 por violar as regras. Daniel está em liberdade.

Roger Abdelmassih

O  ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a 181 anos de prisão pelo estupro de 37 pacientes, também esteve na penitenciária de Tremembé em 2014. No momento, está cumprindo pena em um hospital penitenciário devido a problemas de saúde.

Lindemberg Alves

Lindemberg Alves,  detido desde 2008 pelo assassinato de sua ex-namorada Eloá, em Santo André, no ABC Paulista, cumpre pena na P2 de Tremembé. Em fevereiro de 2012, foi condenado a 98 anos e 10 meses de prisão pelo crime ocorrido enquanto mantinha Eloá como refém em seu apartamento. Sua pena progrediu para o regime semiaberto no final de 2022.

Elize Matsunaga

Elize Matsunaga  também esteve detida na P2 de Tremembé desde 2012. Em 2016, ela foi condenada a 19 anos e 11 meses de prisão pelo assassinato de seu marido, o empresário Marcos Matsunaga. Em 2019, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu sua pena para 16 anos e três meses. Após cumprir dez anos, recebeu autorização da Justiça para completar o restante de sua pena em liberdade.

Gil Rugai

Gil Rugai, sob custódia da Penitenciária 2 Tremembé, foi detido em 2014 pelo assassinato a tiros de seu pai e madrasta em 2004. Desde o início das investigações, foi apontado como o principal suspeito, embora tenha alegado inocência. Condenado a 33 anos e nove meses de prisão, atualmente está matriculado no curso de Arquitetura e Urbanismo em uma universidade em Taubaté, interior de São Paulo, e frequenta as aulas com o uso de tornozeleira eletrônica.

Edinho

O ex-goleiro Edinho, filho de Pelé, foi condenado em 2014 a 33 anos de prisão por lavagem de dinheiro e associação ao tráfico de drogas. Ele foi acusado de envolvimento com o tráfico em Santos, São Paulo. Após recursos, sua sentença foi reduzida para 12 anos e 10 meses em 2017. Desde então, Edinho tem cumprido pena em regime semiaberto, sendo autorizado a trabalhar durante o dia e retornar à prisão à noite.

Mizael Bispo

Mizael Bispo, um ex-policial militar, foi condenado em 2013 a 20 anos e 6 meses de prisão pelo assassinato da advogada Mércia Nakashima, com quem tinha um relacionamento amoroso. O crime ocorreu em 2010, e Mizael foi considerado culpado de atirar e ocultar o corpo de Mércia. Desde então, ele tem cumprido sua pena em regime fechado, sem direito a liberdade condicional até o cumprimento de dois quintos da sentença, conforme a legislação brasileira.

Fonte: IG

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