Com base na atualização dos dados sobre o nível dos rios do Acre às 6h desta quinta-feira, 7, os municípios onde os mananciais se encontram abaixo da cota de transbordamento são Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba, Plácido de Castro, Tarauacá e Feijó.
Em grande parte desses municípios, as famílias atingidas e o poder público já trabalham nas ações de retorno das famílias, como o desmonte dos abrigos temporários e a ativação plena do funcionamento de serviços básicos que haviam sido paralisados, como água e energia.
Guiadas por orientações de profissionais estaduais, as prefeituras locais garantiram a captação de recursos do governo federal para impulsionar ações nas áreas de saúde, assistência social e infraestrutura, visando à reconstrução das comunidades.
“No momento de dificuldade, o Estado prestou todo o apoio possível para as prefeituras municipais e buscou minimizar os danos humanos, sociais e materiais, prezando pela vida e pelo patrimônio dos acreanos”, destaca o coronel Carlos Batista, coordenador da Defesa Civil.
O Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (Deracre) também tem prestado um importante papel de apoio às prefeituras, com a remoção de entulhos, destroços e lama após as enchentes. O órgão governamental tem atuado nas vias mais afetadas pelos transbordamentos, com o objetivo de garantir a recuperação e a limpeza das ruas, proporcionando um ambiente seguro e limpo aos moradores.Estadual.
Tarauacá enfrentou o nível de 11,15 m, frente à cota de transbordamento de 9,50 m. O subtenente João Luiz Gonzaga, coordenador da Defesa Civil local, relata a atual situação enfrentada: “Este é um momento de reconstrução da cidade como um todo, felizmente estamos voltando à normalidade”.
Após atender tantas emergências e socorrer a população necessitada, ele observa: “Para nós, profissionais, é gratificante ver o nosso trabalho refletido no retorno seguro dessas famílias e ser a resposta num momento de dificuldade, sabendo que nosso empenho valeu a pena, garantindo a integridade de todos. Tenho a sorte de contar com bons profissionais, que abraçaram a causa e lutaram com garra, protegendo nossas famílias.”
Durante a enchente, a prefeitura, com o apoio do governo do Acre, instituiu cinco abrigos em instituições de ensino, para as 93 famílias desabrigadas pela enchente e, com o baixar das águas, todas as 486 pessoas puderam retornar às suas casas. Em Santa Rosa do Purus, com o nível do rio abaixo da cota de alerta, as famílias também já retornaram às suas casas. O subtenente do Corpo de Bombeiros, Carlos Queiroz, atua como bombeiro há 16 anos e coordena as ações de enchente em Santa Rosa do Purus desde 2021. Ele acompanhou o momento de calamidade pública no município e comunica que, infelizmente, algumas famílias não conseguiram voltar para suas casas: “Muitas casas foram danificadas e outras destruídas, impossibilitando que [as famílias] saiam do abrigo de imediato”.
No dia 26 de fevereiro, o nível do Rio Purus chegou à marca histórica de 11,12 m, ultrapassando a última grande enchente, que registrou 10,13 m, em março de 2021. Na cheia de 2024, o Corpo de Bombeiros registrou 521 pessoas desabrigadas e 1.816 desalojadas. Seis abrigos foram montados para atender à população atingida pela cheia no município.
O comprometimento dos profissionais mostra o empenho das instituições em agir de forma unida, com a missão de apoiar e mitigar os danos causados, prezando pelo bem-estar das famílias afetadas. Agora, o foco se volta para a reconstrução dessas comunidades e o auxílio àqueles que ainda enfrentam dificuldades após a grande enchente.