fbpx

Artigo: “Diagnóstico terminal do prefeito de Rio Branco”

Por Rodrigo Prado*

Como em uma luta para estabilizar um paciente terminal, a classe médica vem brigando com o prefeito de Rio Branco para mostrar a necessidade de cuidar melhor da saúde básica da cidade. O atendimento inicial contou com o levantamento do prontuário, buscando o diálogo, alertando, auscultando e propondo o melhor caminho para a sobrevivência.

A expectativa é buscar a melhora do paciente prostrado no leito, sendo resiliente e procurando o melhor tratamento. O especialista prescreve uma série de medicamentos de acordo com o diagnóstico: tentando controlar a pressão arterial é oferecido um vasodilatador; tendo dificuldade para respirar, é oferecida a ventilação não invasiva; existindo batimentos cardíacos irregulares, medicamentos são usados para controlar a arritmia; e não tendo a capacidade para urinar, é feita a hemodiálise.

Mesmo com toda a luta, órgãos começam a parar aos poucos, a aflição passa a ser elevada, o estado passa a ser delicado e a recomendação é o encaminhamento para a Unidade de Tratamento Intensivo. Essa correlação entre os cuidados médicos e a negociação com o prefeito Tião Bocalom é motivada pelas constantes intervenções feitas pelo Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) na busca pelo avanço nas negociações, na evolução saudável do “paciente” e a consequente cura dessa doença conhecida como ignorância e má vontade aguda por parte dos gestores.

Nessa batalha, o Sindicato recebeu Bocalom, ainda candidato, em 2020, ouvindo do político como se estivesse em uma consulta, realizando uma anamnese completa, oferecendo informações sobre como se prevenir de um quadro mais grave que é a extinção da carreira médica na Prefeitura, receitando propostas, como se remédios fossem para prevenir uma falência múltipla dos órgãos de saúde do município.

Após ser infectado pelo coronavírus e ter sido declarado vitorioso nas eleições, o prefeito parece ter a saúde comprometida, porque passou a sofrer de surdez seletiva, um sintoma raro, em que trabalhadores não são ouvidos quando se busca a negociação. Foram várias mensagens ao gestor e aos seus assessores, que pareciam contagiados pela mesma patologia.

O caminho foi procurar o senador Sérgio Petecão, apoiador de Bocalom, para reivindicar o convencimento do prefeito para a necessidade do início de uma “terapia-negocial”, o que consistia apenas na apresentação de uma proposta e diálogo sobre a necessidade de resgate da dignidade da carreira médica. O efeito foi apenas uma primeira reunião em junho e uma segunda em julho, em que houve a apresentação de todas as propostas da classe, existindo uma promessa do ex-secretário Frank Lima de que a doença do salário de R$ 1,8 mil poderia ser derrotada em 30 dias por meio da incorporação dos penduricalhos, eliminando as gratificações que fazem mal aos órgãos.

Os médicos ficaram felizes, como se o paciente estivesse evoluindo, mas os 30 dias se passaram e não houve resposta, por isso houve uma nova intervenção “medicamentosa”, via oral, buscando apoio, quando soubemos do afastamento de Frank Lima, melhor amigo de Bocalom, e da regressão de todas as negociações.
Continue lendo no portal do Sindmed

*Rodrigo Prado é médico e vice-presidente do Sindmed-AC

Neste artigo