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Falhas em registro, logística precária e poucos técnicos atrasam vacina no Acre

Em entrevista à BBC News Brasil, o secretário  Alyson Bestene diz que os  desafios para acesso às comunidades remotas,  sobretudo as terras indígenas, acabou fazendo com que os governos estaduais e municipais tenham se dedicado principalmente a esta etapa inicial de vacinação — não chegando tão rapidamente quanto outros Estados a etapas seguintes.

“Na primeira fase, quando saíram os primeiros lotes da vacina, tivemos um quantitativo para os povos indígenas, mas tivemos uma grande dificuldade de ter acesso a essas comunidades. Fomos trabalhando com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) para fazer a aplicação”, disse Alysson, completando que, naquele momento, o Acre aparecia atrás no ranking de vacinação por problemas de registro das doses aplicadas nos sistemas do Ministério da Saúde.

Na quarta-feira (23) o Acre chegou a 21,79% da população vacinada, segundo a BBC, citando o Consórcio de Imprensa como fonte dos dados. Com a 2ª dose, são 7,42% imunizados.

O levantamento da BBC tenta explicar por que o Norte tem os menores percentuais de vacinação. A reportagem cita o  relatório Demografia Médica 2020 para informar que  Roraima, Amapá, Acre, Tocantins e Rondônia não só têm os menores números de médicos em números absolutos, quanto a região Norte tem a menor proporção de médicos por mil habitantes do país (1,30, enquanto para o Brasil a razão é de 2,27; o Sudeste lidera com 3,15).

Servem também de referência os dados de maio do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen)  que  mostram que Acre, Roraima, Amapá, Rondônia e Tocantins têm os menores números de auxiliares, técnicos, enfermeiros e obstetrizes no país.

“Temos uma logística de entrega rápida, com muitos municípios realizando suas campanhas de vacinação de forma célere. Mas muitos têm dificuldade de acesso à internet e acabam acumulando fichas. Isso acaba gerando um lapso de registro e dificultando a comparação com outros Estados”, diz o secretário do Acre, que também destaca a desvantagem de Estados do Norte nas primeiras etapas e pede “um envio maior de doses” para a região.

 

 

 

 

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