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Fiocruz alerta: vírus gripais voltam a crescer no Acre afetando mais crianças e adolescentes

Divulgado nesta quinta-feira (19/12), o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz chama atenção para o aumento do número de casos de SRAG associados à Covid-19 em alguns estados. O Ceará mantém o cenário de crescimento sinalizado no Boletim anterior. Minas Gerais mostra início de aumento, que afeta especialmente a população idosa. Há indícios de que o aumento do número de casos de SRAG entre os idosos em alguns estados, como Sergipe e Rondônia, e no Distrito Federal esteja relacionado à Covid-19. A análise é referente à Semana Epidemiológica 50, de 8 a 14 de dezembro.

No agregado nacional, o estudo sinaliza aumento de SRAG nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Na presente atualização, 11 unidades da Federação apresentam crescimento na tendência de longo prazo – Amazonas, Acre, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina e Sergipe. No Acre, Distrito Federal, Minas Gerais e Sergipe se observou amento de casos de SRAG entre crianças e adolescentes de até 14 anos, associados principalmente ao rinovírus. Em Minas Gerais destaca-se também a circulação de metapneumovírus nas crianças.

“No Amazonas, Goiânia, Paraíba, Rio Grande do Norte e Santa Catarina o cenário de aumento ainda é compatível com oscilação. Contudo sugere-se atenção a esses estados, devido ao cenário atual de aumento de casos de SRAG por Covid-19 em algumas regiões do país”, observa a pesquisa Tatiana Portella, do Programa de Computação Cientifica da Fiocruz e do InfoGripe.

Em relação às capitais, dez apresentam sinal de crescimento no número de casos de SRAG. São elas: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Vitória (ES) e Rio Branco (AC).

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 7.6% para influenza A, 7.3% para influenza B, 7.9% para vírus sincicial respiratório, 38.6% para rinovírus e 31.1% para SARS-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a prevalência entre os casos positivos foi de 8.2% para influenza A, 9.2% para influenza B, 1.0% para vírus sincicial respiratório, 14.9% para rinovírus e 63.6% para SARS-CoV-2.

Cenário Epidemiológico 2024

Fazendo um balanço do cenário epidemiológico de 2024, Tatiana Portella destaca que o país viveu duas ondas importantes de Covid-19, uma no início do ano – que começou no final do segundo semestre de 2023 e afetou diversos estados. E uma segunda onda, iniciada em agosto de 2024, que atingiu principalmente São Paulo e alguns estados da região centro-sul.

O país enfrentou também um período sazonal típico da influenza A, que teve início por volta do final de fevereiro e início de março e que afetou principalmente a população adulta e de idosos. “Também tivemos um período típico de vírus social respiratório, que afetou principalmente crianças pequenas”.

Em relação ao quantitativo de casos SRAG, foi observada uma redução de aproximadamente 5% do número de casos totais em 2024, em comparação com 2023, e tuma redução aproximada de até 40% dos casos de SRAG por Covid-19 esse mesmo período.

“Quanto ao cenário epidemiológico deste fim de ano, observamos uma menor atividade desses vírus respiratórios, com exceção apenas da Covid-19, que já começa a apresentar sinais de aumento em algumas regiões do país. Para as festas de fim de ano recomendados o uso de máscaras caso surjam sintomas de gripe ou resfriado. Também sugerimos, sempre que possível, priorizar ambientes mais arejados, especialmente neste momento de início de aumento do número de casos de Covid-19”, orienta a pesquisadora.

Referente ao ano epidemiológico 2024, já foram notificados 170.434 casos de SRAG, sendo 78.739 (46.2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório 74.330 (43.6%) negativos, e ao menos 8.280 (4.9%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado. Dentre os casos positivos do ano corrente, 16.8% foram de influenza A, 2.0% de influenza B, 33.8% de vírus sincicial respiratório, 27.1% de rinovírus e 19.6% de SARS-CoV-2 (Covid-19).

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