O Acre convive com um aumento de casos de HIV ao longo de 2024. Este ano, já foram notificados 244 novos casos, o que representa 25 novos casos a mais do que no passado.
O aumento é explicado pelos setores da saúde, tendo como causa a falta de prevenção nas relações sexuais, o que tem provocado o crescimento, principalmente, entre os mais jovens. Uma das conclusões é que o descuido com a prevenção esteja, além de outros fatores, associadas ao tratamento que hoje uma pessoa infectada dispõe. Com o avanço da tecnologia, os coquetéis de remédios disponíveis na rede pública de saúde, dão uma qualidade de vida à quem tem o vírus, mesmo que não haja cura para a doença.
Ocorre que mesmo com a oferta gratuita de medicamentos no SUS, os números das pessoas que abandonam o tratamento no Acre são assustadores. Conforme o Serviço de Atendimento Especializado (SAE) da Fundação Hospital, 371 pacientes abandonaram o tratamento ao longo dos últimos três meses. O número significa o quantitativo de pessoas infectadas com o HIV que não pegam a medicação a mais de 100 dias.
Edna Maria Gomes, diretora do SAE, conversou com o ac24horas e falou da preocupação com o abandono no tratamento. “É muita preocupação nossa, porque esses pacientes que tem o vírus, daqui a pouco, vão ter a AIDS em si, já que eles vão começar a ter as infecções oportunistas, ou seja, as toxoplasmoses, as tuberculoses, as pneumonias, enfim, eles vão começar a ter as infecções oportunistas que levam à internação e podem provocar a morte”, esclarece.
O esclarecimento é importante, já que ter o vírus do HIV é uma coisa, e a AIDS, a doença, causada pelo vírus, é outra. O coquetel antiaids, que é um combinado de medicamentos, age exatamente para tentar evitar que o vírus se transforme na doença.
Edna conta que o setor tem feito os esforços necessários para que as pessoas voltem ao tratamento e faz um apelo. “A gente está ligando, está insistindo e está pedindo para que eles venham para consulta. A gente oferece também uma consulta com a psicóloga para que ela possa ter essa conversa com o paciente para sensibilizar o máximo possível. Estamos muito preocupados porque são muitos jovens com o vírus, não estão se prevenindo mesmo com todos os métodos de prevenção, e ainda há esse abandono no tratamento”, diz.