Os alimentos com “calorias negativas” são conhecidos por exigirem mais energia do corpo para serem digeridos do que a quantidade de calorias que fornecem. Geralmente, esses alimentos são ricos em fibras e água, aumentando o gasto energético durante o processo digestivo.
A nutróloga e gastroenterologista Jennifer Emerick Ramos, que atende em Brasília, explica que alimentos com baixas calorias e alto teor de fibras, – como aipo, pepino e alface -, demandam mais esforço do corpo durante o processo de mastigação e digestão.
“Embora esses alimentos aumentem o gasto calórico, o impacto é pequeno e não resulta em perda de peso significativa. A principal contribuição está no efeito digestivo e na sensação de saciedade“, afirma Jennifer.
A nutricionista Amanda Jhessy, que trabalha em Brasília, concorda que o consumo dos alimentos com “calorias negativas”, por si só, não é suficiente para promover a perda de peso. No entanto, ela aconselha que sejam incluídos na alimentação dentro de estratégias de déficit calórico.
“Se o objetivo é a perda de peso, é essencial gastar mais calorias do que se consome. Também é necessário ter uma boa noite de sono, ajustar a ingestão de água e praticar, no mínimo, 150 minutos de atividade física por semana”, complementa Amanda.
Cuidado com a deficiência nutricional
Jennifer alerta que uma dieta composta apenas por alimentos com “calorias negativas” pode levar a deficiências nutricionais. Apesar de serem ricos em fibras, água e alguns micronutrientes, esses alimentos são pobres em calorias, proteínas, gorduras saudáveis e outros nutrientes essenciais, tornando a dieta inadequada para atender às necessidades nutricionais a longo prazo.
A nutricionista Andrea Ferrara, da Clínica Bottura, em São Paulo, concorda e acrescenta que, quanto mais variada a alimentação, mais saudável ela é. “O consumo repetido de determinados alimentos pode priorizar algumas vitaminas e minerais, enquanto reduz outros”, explica.
Segundo Andrea, para que a absorção e utilização dos micronutrientes ocorra de forma eficiente, é fundamental que o corpo receba energia equilibrada proveniente dos macronutrientes, como carboidratos, proteínas e gorduras.
Como incluí-los na dieta
Os alimentos com calorias negativas podem ser incorporados ao cardápio para aumentar a ingestão de fibras. As frutas podem ser consumidas como lanche ou sobremesa, enquanto os vegetais são ótimas opções para saladas no almoço e jantar.
Contudo, é essencial diversificar a alimentação, incluindo proteínas (como carne e frango) e gorduras saudáveis (como castanhas, sementes e azeite) para garantir o bom funcionamento do metabolismo.
Confira lista de alimentos com calorias negativas:
Verduras: aspargos, brócolis, couve-flor, couve, repolho, alface, espinafre, nabo, pimenta vermelha, tomate, alho-poró, chicória e aipo (salsão);
Legumes: cenoura crua ralada, vagem, nabo, pepino, berinjela, cebola e abobrinha;
Frutas: abacaxi, limão, goiaba, mamão papaia, damasco, mirtilo, pêssego, melão, morango, manga, tangerina, melancia e framboesa.
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