Os números são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon. Conforme o instituto de pesquisa, os estados com mais unidades de conservação entre as dez mais desmatadas em junho de 2024 foram Acre e Rondônia, cada um com três no ranking. Apesar disso, foi o Pará que registrou a UC que mais desmatou no mês, a APA Triunfo do Xingu, que sozinha representa a derrubada de uma área equivalente a 700 campos de futebol.
Ranking | Nome | Estado | Área (km²) |
1 | APA Triunfo do Xingu | PA | 7 |
2 | APA do Tapajós | PA | 6 |
3 | Resex Guariba-Roosevelt | MT | 3 |
4 | Rebio do Gurupi | MA | 2 |
5 | Esec de Samuel | RO | 1 |
6 | Resex Rio Preto-Jacundá | RO | 1 |
7 | Resex Chico Mendes | AC | 1 |
8 | FES do Rio Gregório | AC | 1 |
9 | FES do Antimary | AC | 1 |
10 | Parna Mapinguari | AM/RO | 1 |
Além das UC’s, as terras indígenas da região também tiveram uma redução na destruição florestal no primeiro semestre, com 15 km² derrubados, a menor área registrada desde 2016. “São dados positivos para a Amazônia, a redução do desmatamento nas unidades de conservação e terras indígenas é muito importante. Para que o desmatamento continue em tendência de queda, é necessário manter o ritmo de fiscalização nas áreas protegidas e focar nas regiões que ainda estão sob forte pressão ambiental. Qualquer redução nas ações de combate e controle podem acarretar no aumento da devastação nestes territórios novamente.”, afirma a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim.
Terras Indígenas mais desmatadas – SAD junho de 2024
Ranking | Nome | Estado | Área (km²) |
1 | TI Porquinhos dos Canela-Apãnjekra | MA | 1 |
2 | TI Cachoeira Seca | PA | 1 |
3 | TI Sepoti | AM | 0,4 |
4 | TI Tenharim Marmelos (Gleba B) | AM | 0,4 |
5 | TI Sararé | MT | 0,3 |
6 | TI Uru-Eu-Wau-Wau | RO | 0,2 |
7 | TI Cunhã-Sapucaia | AM | 0,2 |
8 | TI Bacurizinho | MA | 0,1 |
9 | TI Krikati | MA | 0,1 |
10 | TI Igarapé Ribeirão | RO | 0,1 |
Desde abril de 2023, a Amazônia apresentava uma baixa consecutiva no desmatamento, tendo 14 meses seguidos de queda. Porém, os dados do mês de junho de 2024 mostraram um crescimento de 10% na derrubada se comparado com o mesmo mês de 2023, indo de 361 km² para 398 km². “O período mais seco do calendário do desmatamento ocorre entre os meses de maio a outubro, historicamente os valores são mais altos durante esses meses porque o clima propicia a prática do desmatamento. A Amazônia apresentou uma sequência de 14 meses consecutivos de redução, agora houve um aumento de 10% da devastação. Ainda assim, a taxa é baixa quando consideramos a série histórica para o junho. Devemos observar os próximos meses, os órgãos responsáveis devem seguir com as ações de combate para garantir o não aumento do desmatamento.”, explica a pesquisadora.
Os estados que mais contribuíram para a destruição de floresta em junho de 2024 foram Amazonas (35%), Pará (26%) e Mato Grosso (15%), concentrando juntos 77% do total detectado na Amazônia Legal. Cinco dos dez municípios que mais desmataram estão localizados no Amazonas, e outros três no Pará.
Apesar do cenário do mês de junho, no acumulado do primeiro semestre, 2024 registra a menor área desmatada desde 2017, com 1.220 km². Quando comparada com o ano anterior, a diminuição chega a aproximadamente 36%. Mesmo reforçando a tendência de queda, o número ainda representa 670 campos de futebol devastados por dia.
“As medidas de combate precisam focar principalmente nas regiões que mais registram perda. São municípios e áreas protegidas que frequentemente são apontadas como áreas de forte pressão ambiental e registram grandes áreas devastadas”, alerta Larissa.
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