O povo bajau, que vive no Sudeste Asiático, costuma passar até cinco horas por dia debaixo d’água — sem o uso de equipamentos específicos. Esses “nômades do mar” desenvolveram baços maiores para facilitar as atividades de mergulho, que são a base do estilo de vida de subsistência da comunidade.
O povo bajau vive principalmente nas Filipinas, Malásia e Indonésia. Apelidados de “nômades do mar”, eles são conhecidos pelas suas extraordinárias capacidades de prender a respiração, já que praticam mergulho com apneia há milhares de anos.
Os mergulhos dos bajau podem durar até 10 minutos e chegar a uma profundidades de até 60 metros, segundo o The Guardian.
O segredo para esses mergulhos longos e profundos pode estar no baço. Uma pesquisa divulgada em 2018 na revista científica Cell afirma que a capacidade de mergulho dessa população se deve a uma característica especial que os bajau desenvolveram com o tempo: baços maiores.
Localizado no lado esquerdo do abdômen, próximo ao estômago, o baço é um órgão que filtra microrganismos do sangue e produz células de defesa, atuando na proteção do organismo contra infecções. Apesar de desempenhar funções importantes, o baço não é considerado um órgão vital.
Segundo o estudo, os Bajau têm baços 50% maiores que a média. Normalmente, o órgão pesa cerca de 150 gramas e em seu ponto mais longo tem cerca de dez centímetros de comprimento.
O baço possui um reservatório de glóbulos vermelhos oxigenados. Durante um mergulho, o órgão se contrai e esses glóbulos vermelhos oxigenados são liberados na corrente sanguínea. Então, debaixo d’água, estes glóbulos vermelhos seguem distribuindo oxigênio aos outros órgãos, para manter as funções humanas básicas.
Portanto, um baço maior significa que há também um reservatório maior de glóbulos vermelhos oxigenados. Rasmus Nielsen, geneticista da Universidade da Califórnia que liderou o estudo, explicou à rede de rádio norte-americana NPR que um baço 50% maior equivale a 10% mais glóbulos vermelhos para explorar durante um mergulho.
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