As florestas do Acre eram cortadas por uma rede de estradas antes da chegada dos europeus na região. Essas estradas podiam alcançar alguns quilômetros de extensão e conectavam aldeias construídas em cima de pequenos morros artificiais.
Além de reforçar a tese de que a Amazônia era ocupada por grandes povoamentos não somente nas proximidades dos grandes rios como em seu interior também -e aumentam substancialmente o mistério envolvendo os geoglifos do Acre, já que essas estradas estão próximas deles apesas de serem estruturas construídas em períodos diferentes da história.
As estradas serviam não apenas para ligar um assentamento ao outro como também para facilitar o acesso da população pré-histórica aos cursos de água na região. Os geoglifos estão invariavelmente perto de curso fontes de água.
“Nossos dados recentes, coletados usando imagens de sensoriamento remoto e pesquisas de veículos aéreos não tripulados, revelam o extremamente bem definida a padronização de vilas de praças arqueológicas no estado brasileiro do Acre em termos de tamanho, layout, cronologia e cultura material”, diz o estudo assinado por pesquisadores de vários países.
As aldeias compreendem vários montes de terra dispostos em torno de praças centrais e estradas que se irradiam ou convergem entre os sitios.
As estradas conectavam as aldeias situadas a distâncias que varia de 2 a 10 quilômetros umas das outras no leste do Acre.
“Nosso estudo atesta a existência de grandes populações interfluviais sedentárias que compartilham as mesmas identidades socioculturais, bem como padrões estruturados de movimento e o planejamento espacial em relação às redes viárias em operação durante o período pré-colonial tardio. As aldeias-praça do Acre mostram semelhança com as comunidades bem documentadas organizadas por redes viárias nas regiões do Alto Xingu e Llanos de Mojos”, diz o estudo. Llano de Mojos é uma região da Bolívia.
Levando em consideração evidências etno-históricas e etnográficas, bem como a presença de sítios arqueológicos e características de terraplenagem comparáveis ao longo da margem sul da Amazônia, os pesquisadores sugerem que as aldeias de praça do Acre estavam ligadas por uma rede de estradas inter-regionais para outros territórios vizinhos situados ao longo da borda sul da Amazônia e esse movimento ao longo das estradas era o principal meio de transporte humano nos interflúvios amazônicos.
O estudo está publicado no jornal científico Latin American Antiquity.
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