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Indígenas fazem sandálias com látex da Amazônia e vendem via WhatsApp

Os chinelos e sandálias são feitos com puro látex, tingidos naturalmente com terra e urucum, solado com pó de madeira e bordados com linha de palha de buriti.

Tecnologia e sustentabilidade podem caminhar juntas sim. Mulheres indígenas do Acre encontraram uma forma de produzir sandálias 100% orgânicas no meio da floresta sem prejudicar o meio ambiente.

Para fazer as vendas dos produtos da marca Ararinha, elas usam a internet, o WhatsApp e os Correios, que entregam em qualquer parte do Brasil.

“As mulheres produzem os calçados e os homens colhem o látex – com o cuidado de deixar descansar as seringueiras após três tiragens. 15 indígenas trabalham na produção. Dois homens na retirada do látex e 13 mulheres na produção”, contou a designer dos calçados Ararinha, Daosha Vaxā Shawā (Pássaro Alegre) em entrevista ao SóNotíciaBoa.

Os chinelos e sandálias são feitos com puro látex, tingidos naturalmente com terra e urucum, solado com pó de madeira e bordados com linha de palha de buriti. “São tingidas naturalmente, com argila de diversas cores e frutos da floresta”, afirmou.

Daosha garante que, além de bonitos, os calçados dos indígenas também são mais resistentes e confortáveis.

“São extremamente mais confortáveis que os do mercado, porque a borracha “calça os pés”, ela se molda, não aperta e é extremamente leve. Eles parecem moldados diretamente nos pés, de tão bem ajustados… São de alta resistência, mais do que os calcados comuns, porque não descolam e não desbotam em contato com água”, afirmou.

Daosha tem 52 anos e é casada com Txada Shawã, da etnia Shawãdawa do Acre.

“Não sou indígena desta etnia, mas quando casamos com um deles nos consideram indígenas também”, explicou Daosha.

Ela lembra que a ideia das sandálias sustentáveis surgiu há 3 anos, mas as vendas começaram há pouco tempo.

“Após mulheres indígenas receberem uma capacitação de como transformar o látex  em folha de borracha, (FSA), senti a necessidade de criar calçados com esse material, fazendo uma experiência que deu certo, e juntamente com meu companheiro Txada Shawã e mais duas lideranças da aldeia Shawã Nãba , Yuvanã Shawã e kumawã Shawā, decidimos dar continuidade, aperfeiçoando cada vez mais os calcados”, disse.

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Edmilson Ferreira
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Edmilson Ferreira

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