Neste mês de novembro, a Operação Hagnos tem mobilizado forças de segurança pública em todo o país no combate a qualquer tipo de violência contra crianças e adolescentes. Coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a operação, que se estende até o dia 29, busca fortalecer medidas preventivas e repressivas para combater crimes, promovendo um ambiente seguro e colaborativo, por meio da atuação conjunta das forças policiais e parceiros sociais.
A Polícia Civil do Acre (PCAC) tem desempenhado um papel ativo na operação, reforçando as equipes nas delegacias com maior número de registros de crimes contra crianças e adolescentes, bem como realizando palestras educativas, que têm como objetivo orientar a comunidade escolar sobre como identificar e detectar sinais de violência que crianças e adolescentes possam estar enfrentando. Muitas dessas vítimas não compreendem completamente a situação de abuso ou violência, seja ela sexual, psicológica ou de outras formas.
Dados coletados pelo Departamento de Inteligência da PCAC revelam a situação no estado. De janeiro de 2022 a 11 de novembro de 2024, foram registrados 1.594 boletins de ocorrência (BOs) de violência sexual contra crianças e adolescentes. Em 2022, o número de BOs foi de 547, enquanto em 2023 subiu para 572. De janeiro a 11 de novembro de 2024, houve 475 casos registrados. A maioria das ocorrências está concentrada na capital, Rio Branco, seguida pelas cidades de Cruzeiro do Sul e Tarauacá. Os dados mostram que 92% das vítimas são do sexo feminino e 8% do sexo masculino, com a faixa etária de 12 a 28 anos sendo a mais afetada.
A delegada coordenadora do projeto Bem-Me-Quer, iniciativa que visa proporcionar um atendimento humanizado às mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência, oferecendo suporte especializado e sensível às suas necessidades, Juliana De Angelis, destacou a importância de ações mais firmes na repressão desses crimes, assim como das palestras para conscientizar e capacitar tanto os jovens quanto os educadores e a comunidade em geral.
“A Polícia Civil está profundamente empenhada em proteger nossas crianças e adolescentes. As palestras não apenas trazem conhecimento, mas abrem caminhos para que vítimas ou pessoas próximas se sintam encorajadas a denunciar e buscar ajuda. Sabemos que muitos menores podem estar sofrendo em silêncio, e nosso papel é dar voz a esses casos e promover a justiça”, afirmou Juliana.
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