A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) informa que realiza um trabalho contínuo de monitoramento do povo indígena isolado, conhecido como Mascho Piro, na Terra Indígena Mamoadate, no estado do Acre. O grupo em isolamento voluntário compartilha o território com o povo indígena Manchineri e, em determinados períodos, deixa sinais de presença na região, o que deixa as equipes da Funai em alerta para manter a sua proteção. Por isso, reforça que não há iminência de conflito entre as etnias.
O povo Mascho Piro utiliza o território para desenvolver suas práticas culturais há anos. Os Manchineri, por sua vez, contribuem e são parceiros na proteção dos isolados da região.
Ao receber as primeiras informações sobre a aproximação dos indígenas isolados da aldeia Extrema, a autarquia indigenista alertou a equipe de servidores da Funai que atuam na Unidade Etnoambiental, localizada na aldeia, os quais são indígenas do povo Manchineri. Eles foram contratados por meio de Processo Seletivo Simplificado para atuar, especificamente, com a proteção e promoção dos direitos dos povos indígenas isolados da Terra Indígena Mamoadate.
Ao longo dos anos, os servidores indígenas recebem treinamento e capacitação para desempenharem suas atividades nos territórios aliando com o conhecimento que têm sobre a região e os modos de vida dos povos indígenas.
Assim que a Funai soube da presença do povo isolado na região, a equipe de servidores indígenas começou uma série de ações pautadas em conversas com a comunidade, com demais instâncias administrativas da Funai e com as organizações indigenistas parceiras.
Foram abertas, também, reuniões da sala de situação composta pela Funai, Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) com o objetivo de acompanhar e de monitorar as informações relacionadas aos vestígios dos indígenas isolados.
A Funai reafirma o seu compromisso com a promoção e proteção dos povos indígenas e informa que segue presente no território prestando assistência aos indígenas Manchineri e aos Mascho Piro, respeitando a política de não contato adotada pelo Estado brasileiro com relação aos indígenas em isolamento voluntário.
E, por isso, esclarece que não há histórico recente de conflito entre as etnias e que segue monitorando a presença dos indígenas isolados na região, por meio da Unidade Etnoambiental, localizada na aldeia Extrema, da Coordenação Regional em Alto Purus e da Frente de Proteção Etnoambiental Envira, unidades descentralizadas da Funai.
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