A indústria da construção civil enfrenta dificuldades para contratar mão de obra qualificada, o que acaba afetando a execução dos projetos. Não diferente dos grandes centros, o Acre também aparece entre os estados que enfrenta desafios significativos relacionados à escassez de mão de obra.
Essa escassez parece ser resultado do aumento da urbanização, do desenvolvimento de infraestrutura e do crescimento populacional que têm gerado uma demanda sem precedentes por novas habitações, edifícios comerciais, instalações industriais e infraestrutura pública.
A demanda excede a capacidade da indústria de fornecer mão de obra qualificada em um ritmo compatível, resultando em escassez de trabalhadores em muitos mercados.
Diante do cenário, o Fórum Empresarial do Acre fez uma pesquisa com 236 trabalhadores do setor e levantou um perfil dessas pessoas, a renda média, o que elas fazem quando não estão trabalhando na área, medidas que podem ser adotadas para melhorar a qualificação dos trabalhadores, dentre outras informações.
No Acre, a construção civil está fortemente vinculada a obras públicas e se concentra basicamente em Rio Branco, que responde por quase 80% do mercado estadual. De acordo com a Sondagem da Construção Civil produzida pela CNI, a mão de obra é comumente apresentada como um dos principais problemas que as empresas enfrentam. Tem-se tornado um desafio mobilizar trabalhadores nos canteiros de obra. Diante deste cenário, objetivo desse artigo é analisar o perfil dos colaboradores atualmente empregados na indústria da construção civil em Rio Branco (perfil da “mão de obra”) e buscou-se ainda descobrir as dificuldades que as empresas do setor têm em contratar trabalhadores. Uma pergunta norteadora do estudo foi: que fazem essas
pessoas quando não estão trabalhando na indústria de construção? Sobre a categoria “mão de obra”, para os objetivos desse texto, está relacionada com o trabalho manual de qualquer área. Agora, quando se relaciona com o setor da construção civil, trata-se especificamente de serviços prestados em um canteiro de obras. Dessa forma, por “mão de obra” deve-se entender aqui que são todos os profissionais que atuam nesse ambiente de trabalho, como o arquiteto, engenheiro civil, pedreiro, carpinteiro, marmorista, vidraceiro, gesseiro, entre outros.
A pesquisa também abordou o período em que os entrevistados ficaram desempregados e a maioria respondeu que já chegou a ficar 14,4 meses sem trabalho. Quando perguntados sobre o que fizeram para sobreviver enquanto não estavam trabalhando, as respostas foram as seguintes: 52,5% continuaram na construção civil, mas de forma informal (para a maioria desse grupo trabalhar na área na informalidade – em obras residências, principalmente – é melhor, pois o rendimento é maior). Já outros 12,3% não tiveram outra ocupação 10,2% trabalharam em outras atividades não relacionadas com a construção civil (não informadas aos pesquisadores).
Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre