O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), participou nesta terça-feira, 29, do Workshop Trinacional sobre a Implementação do Sistema de Alerta Precoce nas Bacias dos Rios Madeira, Alto Purus e Alto Juruá. O evento é realizado no âmbito do Projeto Bacia Amazônica, que tem como objetivo desenvolver ações estratégicas para uma gestão integrada e sustentável dos recursos hídricos da bacia do Rio Amazonas, considerando a variabilidade e os impactos das mudanças climáticas.
A proposta central do workshop é fortalecer o planejamento conjunto e a cooperação entre Brasil, Bolívia e Peru para o gerenciamento de riscos e desastres relacionados a inundações com foco na criação de um sistema integrado de previsão e alerta trinacional. A iniciativa busca incluir as salas de Situação dos estados do Acre, Amazonas e Rondônia, além dos municípios que frequentemente enfrentam eventos hidrológicos extremos.
Na abertura do evento, o secretário de Estado do Meio Ambiente, Leonardo Carvalho, destacou a importância da cooperação internacional e a necessidade de adaptação urgente às mudanças climáticas.
“O Acre viveu nos últimos dois anos emergências climáticas causadas tanto por secas quanto por cheias, e esse cenário não parece dar sinais de melhora. Iniciativas como essa são essenciais para aprimorarmos o nível de informação, instalarmos novos equipamentos e estabelecermos protocolos de compartilhamento de dados. O governo do Acre e a Sema estão à disposição da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e dos países vizinhos para fortalecer essas ações conjuntas”, afirmou o secretário.
No Acre, as atividades serão inicialmente direcionadas aos municípios de Rio Branco, Sena Madureira e Cruzeiro do Sul, onde já foram realizadas visitas técnicas e reuniões preliminares com os principais representantes locais, com a participação da Sema, para apresentar o Sistema de Alerta Precoce. Essas ações visam elaborar um diagnóstico da situação atual e estabelecer uma rede de contatos integrada ao sistema.
Financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o Projeto Bacia Amazônica é executado pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e visa apoiar os oito países membros da OTCA – Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – na implementação do Programa de Ações Estratégicas (PAE) para a Gestão Integrada dos Recursos Hídricos da Bacia Amazônica.
Fernando Cisnero, assessor técnico da OTCA, enfatizou a relevância da iniciativa e os desafios encontrados nas reuniões preliminares. “Um aspecto que identificamos nas entrevistas é que a maioria dos municípios ainda não quantificou suas perdas. Será essencial estabelecer um acordo trinacional para essa quantificação. Outro ponto importante são as áreas de risco e os impactos das secas na saúde humana. E, por fim, esperamos que este workshop resulte em compromissos concretos e permanentes, que perdurem independentemente das mudanças de governo. Esperamos que todos, especialmente as autoridades, cumpram o que for acordado”, afirmou Fernando.
O sistema de alertas complementará o monitoramento hidrometeorológico realizado pela Sema, por meio do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), que acompanha eventos extremos em tempo real. Essa iniciativa faz parte do Pacto pela Governança das Águas, assinado com a ANA, e reforça o compromisso com uma gestão mais integrada e eficiente dos recursos hídricos na Amazônia.
O superintendente adjunto de Planos, Programas e Projetos da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Henrique Pinheiro Veiga, reforçou que o sucesso do sistema depende da colaboração entre as nações envolvidas.
“A estruturação de um sistema de alerta precoce será efetiva apenas com a cooperação entre países, estados e municípios. Somente com a geração de informações e protocolos conjuntos é que poderemos reduzir os riscos associados a secas e inundações. Estamos muito satisfeitos em participar
O evento contou com a presença de autoridades e técnicos especializados dos três países. Representando o Acre, participaram a chefe da Sala de Situação do Cigma, Ylza Lima; a chefe da Divisão de Recursos Hídricos da Sema, Maria Antônia Zabala; e representantes da Defesa Civil Estadual e Municipal. Também estiveram presentes representantes das Defesas Civis dos estados do Amazonas e Rondônia.
A delegação boliviana incluiu Sergio Daniel Vidal Humaday, presidente do conselho de Puerto Rico; Diana Maria Nacif Abularach, vereadora de Santa Ana de Yacuma; e Maricela Salvatierra Sotto, vereadora do município de Loreto. Já do Peru, participaram Luis Alberto Bocángel Ramirez, prefeito de Tambopata; Richard Martin Chacacanta Estrada, prefeito de Las Piedras; e Juan Jesús Tovar Fanola, prefeito de Inambari, além de técnicos especializados de ambos os países.
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