Outubro, mês dedicado à saúde da mulher, começou com notícia boa para 160 pacientes. Por meio do Projeto Opera Acre Mulher, um mutirão vai realizar ao menos quatro tipos de cirurgias em mulheres que estão na fila de espera. Os procedimentos devem ser feitos de 14 a 19 de outubro na Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) e Hospital de Senador Guiomard. Entre os procedimentos, estão histerectomia, abscesso de mama, blefaroplastia e otoplastia.
O anúncio foi feito pelo governador Gladson Cameli, ao lado do secretário de Estado de Saúde, Pedro Pascoal, da vice-governadora e secretária de Assistência Social do Acre, Mailza Assis, além da equipe técnica, e da titular da Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), Márdhia El-Shawwa Pereira. São mais de R$ 184 mil investidos em mastologia/plástica e ginecologia durante o projeto, provenientes do Ministério da Saúde, pelo Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas (PNRF).
O governador iniciou destacando que tempo é vida e que, por isso, a união é tão importante e benéfica para a sociedade.
“Vai ser um atendimento em especial às mães e às mulheres que mais precisam. A união é o que importa e facilita mais. Cada um fazendo a sua parte constitucionalmente, quem ganha são as pessoas. O que cabe a mim é diminuir o tempo de espera, e nós não temos tempo a perder. A equipe da Sesacre, por meio do Pedro Pascoal, está fazendo um belíssimo trabalho em parceria com a Fundação e, unidos, a gente vai avançar, e eu vou colocar como prioridade as filas que ainda precisam ser reduzidas”, destacou.
O secretário de Estado de Saúde, Pedro Pascoal, falou que o foco do Outubro Rosa foi concentrar procedimentos que tinham um represamento significativo.
“São cirurgias que precisam de uma programação, de organização maior e nesse momento nós estaremos contemplando 160 mulheres. Há mulheres que estavam esperando desde 2015 a sua cirurgia e que hoje saem daqui com seu agendamento marcado, a sua consulta, o seu procedimento cirúrgico já encaminhado, para que nos próximos dias a sua doença, a sua situação de fragilidade seja resolvida”, disse.
O gestor destaca, ainda, que somente este ano o Acre já registrou quase 11 mil cirurgias, sendo quase 6 mil pelo Programa Opera Acre. “Vamos fechar o ano entre os cinco estados que mais realizam essas cirurgias”, reforça.
A vice-governadora e secretária de Assistência Social do Acre, Mailza Assis, lembrou o compromisso do governo do Estado na garantia de políticas públicas voltadas paras as mulheres.
“Pra gente é uma alegria poder implantar esse programa e atender tantas pessoas. Tenho a alegria de informar que há nesse projeto recursos meus enquanto senadora. Então, para a gente é uma satisfação poder levar uma saúde de qualidade e serviços que não são comuns, ter uma saúde em lugares distantes, com a estrutura que a gente tem, poder receber essas cirurgias que são consideradas de alta complexidade até, que são as de mamas. É um crescimento enorme na saúde e valorização do ser humano e das mulheres, acima de tudo”, pontuou.
Alívio para quem espera
Os olhares e ouvidos atentos de mais de 50 pacientes acompanhavam os discursos e orientações para a próxima semana. Acompanhada pela Saúde pública do Acre, Vitória Silva Lima, de 22 anos, vai fazer a retirada de nódulos da mama.
“Tenho nódulos desde os 15 anos e fiz todo o meu acompanhamento pela Fundhacre. Há quatro anos estava esperando esse procedimento. A importância desse mutirão é de poder prevenir. Muitas mulheres conhecem, porém não vão atrás de se cuidarem e essas ações mantêm as mulheres bem informadas”, relata.
Vitória diz, ainda, que se assustou muito ao saber sobre os nódulos, mas a condução da equipe a acalmou. Além disso, poder ter acesso a esses procedimentos no hospital público também é fundamental.
“Existem pessoas sem condições para fazer esse tipo de cirurgia no setor particular, então, isso realmente salva vidas”, frisou.
Josinete Pereira está investigando um tumor no cérebro e vai estar no mutirão para fazer uma ressonância. “É muito importante que o governo traga mais médicos e também coloque mais equipamentos, porque a gente não precisa viajar e ficar longe da família para fazer nosso tratamento”, destaca.
Maria Lúcia de Souza, de 65 anos, estava só alegria por, finalmente, conseguir fazer a blefaroplastia. Ela diz que iniciou o processo há dois anos, e, antes disso, chegou a pesquisar o valor da cirurgia. Se fosse feita no particular, segundo ela, chegava a mais de R$ 3 mil.
“Era o que eu mais queria na minha vida. Agora saiu e eu fiquei muito feliz”, disse animada.
Ainda em seu discurso, o governador Gladson Cameli reforçou que o Estado tem trabalhado para zerar filas e que essa ação mostra o envolvimento dos atores do Poder Público na luta pela saúde da mulher.
“Somente por meio da conscientização sobre a saúde da mulher e de investimentos nas estruturas do sistema de saúde é que poderemos seguir vencendo os desafios diários. Obrigado aos profissionais da Sesacre e da Fundhacre envolvidos nesse programa, que tanto bem fará às famílias acreanas”, ressaltou.
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