Um vídeo mostrando a evolução de um paciente com Parkinson está viralizando nas redes sociais. As imagens mostram ele com dificuldades para preparar um chá por conta dos tremores que sentia e, em seguida, com os sintomas totalmente controlados.
Damien Gath, 52, recebeu uma Produodopa, uma bomba de infusão de medicamentos contra o Parkinson que consegue controlar o tratamento a partir das respostas do organismo do paciente.
Gath foi diagnosticado há 12 anos e faz seu tratamento no NHS, o sistema de saúde público do Reino Unido, desde 2016. As imagens foram gravadas dois dias depois que ele fez a terapia de infusão e disponibilizadas na última semana.
O produto é indicado para pessoas que tenham Parkinson avançado e apresenta resultados semelhantes à cirurgia de implantação de eletrodos no cérebro, tendo a vantagem de ser um método menos invasivo.
As imagens de Damien foram compartilhadas pelo sistema público de saúde inglês, que começou a oferecer a terapia experimental em fevereiro. O tratamento ainda não está disponível no Brasil.
A condição de Damien havia piorado recentemente e ele estava tomando quatro medicamentos orais separados, seis vezes ao dia. Durante a noite, ele acordava quando o efeito dos remédios passava e se sentia rígido e incapaz de se virar.
“Agora não há flutuações nos sintomas. Estou dormindo muito melhor e posso me virar na cama quando quero. Voltei a preparar meu chá e consegui ir até ao supermercado”, explicou ele em entrevista ao NHS.
O Parkinson
A doença de Parkinson é uma condição na qual partes do cérebro são progressivamente danificadas ao longo de muitos anos, especialmente as relacionadas ao controle dos movimentos. Os principais sintomas incluem a mudança na velocidade dos movimentos, tremores involuntários e sensação de rigidez muscular, que pode ser muito dolorosa.
Não existe um grupo de risco determinado. Estima-se que a doença afete mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo. “Embora a ciência esteja pesquisando o Parkinson há 200 anos, a causa ainda não é clara. Sabemos que fatores genéticos estão envolvidos em alguns casos, especialmente os precoces, que têm início antes dos 50 anos de idade”, afirmou a neurologista Sara Casagrande, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP em entrevista anterior ao Metrópoles.