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Praias de Balneário e Florianópolis têm ‘maré vermelha’; entenda o fenômeno; vídeo

As manchas alaranjadas que levantaram suspeitas sobre um possível vazamento de óleo no litoral de Santa Catarina eram, na verdade, florações de microalgas, popularmente conhecidas como maré vermelha. O fenômeno foi visto em praias de Balneário Camboriú e Florianópolis ainda deve durar algumas semanas, mas normalmente não traz riscos para a saúde dos seres humanos, segundo pesquisadores.

O que aconteceu

Amostras da água do mar foram coletadas e analisadas. A investigação comprovou que as manchas eram causadas por “florações de dinoflagelados”, segundo o oceanógrafo Carlos Eduardo Tibiriçá, do IMA-SC (Instituto do Meio Ambiente) em Itajaí (SC). “Não é vazamento de óleo ou de produtos químicos. O que estamos vendo são florações de microalgas, que os catarinenses conhecem como maré vermelha”.

Fenômeno não tem apenas uma causa. A maré vermelha se manifesta a partir da concentração elevada dessas microalgas, que pode ser consequência de diversos fatores. Tibiriçá cita como provável causa a combinação das chuvas no Rio Grande do Sul e na bacia do Rio Uruguai com as correntes oceanográficas que levaram para Santa Catarina essa mistura de água doce e salgada.

Espécie de microalga pode brilhar no escuro. Em nota técnica, o IMA-SC explica que as amostras coletadas no litoral catarinense mostraram maior incidência do dinoflagelado Noctiluca scintillans, uma espécie que se “alimenta” de outras microalgas e pode produzir bioluminescência — isto é, brilhar no escuro (veja na imagem abaixo).

No geral, as algas não oferecem risco, mas é preciso atenção. Uma análise feita pela Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina) com amostras não só da superfície, mas de toda a coluna d’água, também encontrou o dinoflagelado Dinophysis spp, que produz toxinas que causam diarreia. A recomendação é tomar cuidado ao consumir ostras e mexilhões do litoral catarinense.

‘Maré vermelha’ não é homogênea e duração é incerta. Tudo depende da continuidade das condições favoráveis à proliferação das microalgas, de acordo com Tibiriçã. “Não quer dizer que todo o litoral vai ficar tingido de laranja durante várias semanas. Pode haver uma troca entre uma espécie que muda a cor da água por uma que não muda, ou que tem uma tonalidade diferente. O mar é bastande dinâmico”.

A gente não vai ver essas manchas espalhadas de forma homogênea por toda a costa. Vão estar presentes num ponto aqui, num ponto ali, num ponto lá. Isso tende a durar por algumas semanas ou até meses, dependendo porquanto tempo o clima e as correntes oceanográficas continuarão sendo favoráveis ao crescimento desses dinoflagelados.
Carlos Eduardo Tibiriçá, oceanógrafo do IMA-SC

As espécies encontradas na amostra do IMA ou da Cidasc não são reconhecidas por causarem problemas ao homem em contato primário (banho), sendo que a atenção deve se voltar, sobretudo, ao consumo de moluscos.
IMA-SC, em nota técnica

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