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Contratado em até um ano: os 10 cursos técnicos que mais empregam

Pesquisa de egressos do SENAI mostra que 9 em cada 10 ex-alunos de cursos técnicos de mecânica, alimentos, refrigeração, automação, eletrotécnica e soldagem estão empregados

Por ter como principal objetivo formar profissionais para o mercado de trabalho, o curso técnico é o caminho para quem busca emprego e ascensão na carreira, já que ele também dá base para uma formação de nível superior.

Pesquisa realizada entre 2021 e 2023 com ex-alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), principal instituição que forma para a indústria, mostra que, em média, 84,4% dos egressos estão empregados em até um ano após a conclusão do curso. Em alguns cursos, porém, esse índice é superior a 90%.

Confira os 10 cursos técnicos com as melhores taxas de ocupação entre os ex-alunos

  • 1º – Mecânica 96,5%
  • 2º – Alimentos 95,2%
  • 3º – Mecânica de Manutenção 94,7%
  • 4º – Refrigeração e Climatização 94,5%
  • 5º – Eletromecânica 94,4%
  • 6º – Automação Industrial 93,2%
  • 7º – Fabricação Mecânica 93%
  • 8º – Eletrotécnica 92,7%
  • 9º – Soldagem 91,3%
  • 10º – Manutenção de Máquinas Industriais 90,6%

“São formações com elevada empregabilidade não só pela conjuntura, por setores que crescem e aumentam o número de contratações, mas também por serem transversais. Cursos como mecânica, eletrotécnica e manutenção de máquinas preparam o profissional para atuar em diferentes setores industriais. Além disso, dão uma base sólida de conhecimento e desenvolvem habilidades práticas essenciais para o desenvolvimento da indústria 4.0”, explica o diretor-geral do SENAI, Gustavo Leal.

Um destaque conjuntural, exemplifica Leal, foi o setor de alimentos e bebidas, que, em 2022, registrou aumento na produção física, na utilização da capacidade instalada, no estoque de mão de obra e no número de estabelecimentos.

Uma vaga e alguns sonhos

Quem se beneficiou desse setor, intensivo em mão de obra, foi Teon Marcos Rodrigues, 26 anos. Ele cursou o técnico em Alimentos ainda no ensino médio, no modelo da Educação Básica Articulada com Educação Profissional (Ebep). Hoje, atua como responsável técnico em duas empresas: na Cristal e na Akmos, na divisão de suplementação alimentar.

“Sou especialista em regulação sanitária e engenheiro de alimentos por causa do curso técnico do SENAI, que foi um divisor de águas na minha vida profissional. Não penso em sair da área e, daqui cinco anos, meus planos são continuar me especializando para atender cada vez melhor as empresas”, afirma.

Na maioria das vezes, o caminho para uma vaga formal no mercado de trabalho é o estágio. Com menos de um ano no curso técnico de Automação Industrial no SENAI de São Luís (MA), Hemerson Sousa, 25 anos, entrou na Mills, líder de mercado na locação de equipamentos, plataformas elevatórias e máquinas pesadas.

Hemerson pretende emendar o curso técnico com a formação superior de tecnólogo no SENAI, também em Automação

“A área de elétrica sempre me cativou bastante e fiquei fascinado com o curso de automação industrial, que é bastante abrangente. Me vejo, daqui cinco anos, graduado e especializado na área, trabalhando em uma grande indústria automobilística”, sonha.

Na função de estagiário técnico, Hemerson executa tarefas como manutenção preventiva e corretiva em motores a diesel e sistemas hidráulicos e mecânicos; manutenção de sistemas elétricos; conferência e reposição de peças.

Ocupação recorde e aumento da renda

Quando se olha a série histórica da taxa de ocupação dos egressos, os 84,4% são o melhor resultado das cinco rodadas da pesquisa, cuja primeira edição foi 2017-2019.

Tabela 1 – Série histórica: Taxa de Ocupação

Outro dado que chama atenção é o incremento de 25% na renda dos profissionais após formados. A renda média salarial dos egressos de nível técnico é de 2,3 salários-mínimos.

“Para garantir a empregabilidade dos alunos e a satisfação das empresas, os cursos do SENAI passam por atualização constante, baseada no surgimento e na disseminação das novas tecnologias e nos novos perfis profissionais demandados pelo mercado de trabalho”, pontua Gustavo Leal.

No ano passado, o SENAI registrou 286,9 mil matrículas em cursos de nível técnico – número que também é crescente. Para se ter uma ideia, de 2020 para 2023, houve um aumento de 72% no número de matrículas nesse tipo de curso na instituição.

O curso técnico tem como pré-requisito estar matriculado ou já ter concluído o ensino médio e carga horária mínima de 800 horas, sendo a duração de um a três anos.

Matrículas em cursos de nível técnico no SENAI

  • 2020: 166,7 mil
  • 2021: 232,3 mil
  • 2022: 270 mil
  • 2023: 286,9 mil

A formação desses profissionais é essencial para a competitividade do setor. O Mapa do Trabalho Industrial – levantamento realizado a cada dois anos pelo SENAI para projetar a demanda por formação e as novas vagas em ocupações industriais – estima que, no período de quatro anos (2022 a 2025), haverá um crescimento de 6,3% no número de postos de trabalho industriais de nível técnico: serão abertas novas 136 mil vagas formais.

Para preencher esses novos postos e repor mão de obra inativa, será necessário formar 302,2 mil técnicos industriais e requalificar 1,3 milhão de técnicos já empregados, mas que precisam se atualizar com os novos processos e tecnologias da indústria.

O que é e como funciona a pesquisa de egressos do SENAI

O SENAI realiza, anualmente, a Pesquisa de Acompanhamento dos Egressos para mapear a trajetória laboral do aluno e mensurar a inserção e a permanência no mercado trabalho.

A pesquisa é nacional e acontece em três momentos: o primeiro, no ano de conclusão (Fase 1); o segundo, a partir de seis meses após o término do curso (Fase 2); e, por fim, o terceiro momento (Fase 3), com o egresso ocupado na área ou em área relacionada ao curso, cujo questionário, neste caso, é aplicado com o supervisor imediato.

Na edição 2021-2023 da pesquisa, 17,5 mil concluintes de cursos técnicos de nível médio responderam a fase 1. A fase 2, realizada de maio de 2022 a maio de 2023, abrangeu 5,8 mil ex-alunos; e a fase 3 ouviu 419 empresas que contrataram.

Edmilson Ferreira
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Edmilson Ferreira

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