Por meio do projeto Abraçando Filhos, promovido pelo Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), em parceria com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), realizado nesta sexta-feira, 10, na sede do TJ, em Rio Branco, a detenta J. F. N. pôde sentir o abraço carinhoso e cheio de saudades da filha, que não via há quatro anos.
A menina vive em Sena Madureira, o que dificulta o contato entre elas. Poder reencontrar quem tanto amam trouxe-lhes muita alegria. “Encontrar minha filha, depois de quatro anos, era meu maior sonho, e hoje Deus me abençoou”, afirmou.
Tiênio Costa, diretor Operacional do Iapen, destacou que existem muitas mães que passam o ano inteiro esperando esse momento, importante para a ressocialização das reeducandas e do qual elas voltam renovadas.
A desembargadora Regina Ferrari, presidente do TJAC, disse que o principal objetivo do projeto é proporcionar às detentas o fortalecimento de vínculos com a família: “Isso é muito importante para a reeducação do ser humano, é o amor; e o amor em família é combustível para vida”.
André Vinício de Assis, diretor de Reintegração Social do Iapen, ressaltou que o momento proporcionado às detentas gera um efeito muito positivo. “É um projeto de grande relevância, que traz um resultado muito bom para cada reeducanda. É satisfatório e emocionante poder proporcionar esse momento a elas”, atestou.
Para que esse encontro fosse possível, a diretora do Presídio Feminino de Rio Branco, Dalvani Azevedo, contou com o apoio de 15 policiais penais, além de todo um trabalho executado pela equipe técnica, que faz a seleção e contato com as famílias, para que possam participar do evento.
“São muitas pessoas trabalhando pra dar certo. Quando se inicia o ano, a gente já começa o planejamento para este dia. São mães fora do cárcere, com crianças em um ambiente totalmente diferente da rotina. Aqui, hoje a gente tem 25 presas e, pela primeira vez, as 25 famílias vieram. São mais de 40 crianças e aqui elas são simplesmente mães”, ressaltou a diretora.
E, a medir pela quantidade de sorrisos dados, por choros emocionados e cada abraço apertado, todo o trabalho valeu a pena. É o que garante a detenta R. S. O.: “Nossa, não tenho nem palavras pra dizer o quanto isso é importante pra mim. Eu nunca tinha ficado longe da minha filha antes e, olhando pra ela hoje, assim, só penso em voltar pra casa. Esse período longe está me fazendo perceber muitas coisas. Agora eu só quero poder voltar pra ela”.
E, para tornar o momento ainda mais inesquecível, as mamães e seus filhos receberam presentes e ainda puderam participar de um café da manhã.
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