O governo federal decidiu, nesta sexta-feira (3), adiar o Concurso Público Nacional Unificado (CNU), conhecido como “Enem dos Concursos”, que estava marcado para este domingo (5). A decisão tem relação com a tragédia que acontece no Rio Grande do Sul, onde 37 pessoas morreram e mais de 24 mil estão desabrigadas ou desalojadas devido aos temporais que atingem a região . Ainda não há uma nova data definida para a realização da prova.
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos , Esther Dweck (PT), fez um pronunciamento falando que o agravamento da situação no Rio Grande do Sul tornou a realização da prova neste domingo impossível. “Nós estávamos muito focados em garantir a prova neste domingo. O cenário na região Sul, porém, foi se agravando a cada hora. O que a gente percebeu era que realmente estamos numa situação de agravamento sem precedentes. Na região Sul, teríamos 100 mil pessoas envolvidas nas provas”, declarou.
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“Ontem, nós tínhamos um cenário que já era grave, mas piorou hoje. Todos estão acompanhando o que está acontecendo em Porto Alegre também, envolvendo aeroporto e rodoviária. Sabemos que 96% das viagens de ônibus foram canceladas em Porto Alegre. Além disso, Santa Catarina também passou a ser afetada. A conclusão que tivemos hoje era de que é impossível realizar as provas no Rio Grande do Sul, seja pelo risco de vida e de deslocamento. Nosso objetivo principal é democratizar o acesso. Esse sempre foi o nosso princípio”, continuou a ministra.
A medida afeta os 2,1 milhões inscritos em todo o país. Isto porque, como não existe um banco de provas disponível do CNU, o governo temia que provas aplicadas no Rio Grande do Sul pudessem ter dificuldade diferente, abrindo brecha para judicialização.
“Nossa ideia é que, com o adiamento, vamos garantir a todos os inscritos de que todos vão realizar a prova nas mesmas condições. Vamos ter um concurso com respaldo jurídico. Esse acordo assinado com a Cesgranrio, PGR, DPU nos dá esse respaldo para tomar essa decisão”, disse a ministra Esther Dweck. Até a última quinta-feira (2), a decisão do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos era de manter a realização da prova. Em nota, a pasta afirmou que faria o máximo esforço para levar os afetados pelas chuvas no Rio Grande do Sul para os locais de provas. Nesta sexta, porém, governo federal atendeu ao pedido do governador Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, para remarcar a prova.
“A gente achava que forças federais poderiam garantir a realização da prova, mas o agravamento inviabilizou. Para garantir a integridade do concurso, fizemos um acordo e chegamos à conclusão de que era a melhor solução para todos os candidatos do Brasil inteiro”, disse a ministra da Gestão e Inovação.
“A gente tinha 2 milhões de pessoas que iriam fazer uma prova no domingo. Até ontem, esperávamos a realização da prova até no RS, mesmo sabendo do cenário, porque não sabíamos a questão da segurança no domingo. A gente tinha até esta sexta como prazo limite para tomar uma decisão. Hoje, se tornou inviável. A maioria das pessoas, 94%, está a 100 km das cidades. Então, a maioria iria se deslocar para realizar a prova no sábado ou no domingo”, finalizou.
Esta é a primeira edição do “Enem dos Concursos”, que permite a inscrição de pessoas de todo o Brasil. Ao todo, o governo federal oferece 6.640 vagas para 21 órgãos. Os salários variam de R$ 4.008,24 a até R$ 22.921,71.
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