Nessa terça-feira (16), Cruzeiro do Sul ficou sem sinal de internet e telefonia móvel das 10h da manhã até as 17h30min., afetando a rotina da população local, já que impede contatos, acesso a serviços públicos e privados essenciais, além de transações financeiras. Essa foi a terceira vez somente neste ano que o município ficou sem os serviços móveis.
O problema comprometeu grande parte do comércio, que não pôde realizar vendas com cartão de crédito, débito ou Pix, aceitar pedidos ou fazer entregas.
Segundo a Associação Comercial de Cruzeiro do Sul, as vendas tiveram redução de 50% na cidade. “Só quem tem antena Starlink conseguiu vender hoje. Nos supermercados, a situação foi amenizada com esse equipamento, mas nos postos de combustíveis a grande maioria paga com Pix e cartão e o prejuízo foi grande. Os empresários também reclamam de não terem conseguido pagar os boletos do dia, o que vai gerar juros. Então a situação é preocupante”, citou Luís Cunha, presidente da Associação Comercial.
“Eu dependo da internet para receber os pedidos de almoço e lanche dos clientes. Por isso, deixei de vender hoje. Poucas pessoas com dinheiro em espécie apareceram”, reclama a empresária Marjori Melo, do ramo da alimentação.
Uma das empresas responsáveis pelo fornecimento de internet de fibra óptica em Cruzeiro do Sul explicou que a falta de energia elétrica no local onde ficam as baterias que mantêm o fornecimento do sinal comprometeu o serviço, nas proximidades do Rio Gregório, na BR-364, desde segunda-feira (15). Além disso, outros links de suporte extra também foram rompidos, resultando na interrupção do serviço.
O problema é recorrente em Cruzeiro do Sul e já houve determinação da Justiça do Acre com várias medidas a serem adotadas, mas os apagões se repetem na cidade.
O sinal chega a Cruzeiro do Sul por meio de fibra ótica da empresa Oi, que vende o serviço para as demais operadoras. O Ministério Público, por meio da Promotoria de Defesa do Consumidor, recorreu à Justiça, que já se manifestou por meio de decisão. No dia 1° de outubro de 2021, a juíza Adamárcia Machado, da Comarca de Cruzeiro do Sul, determinou que, em caso de queda do sinal, o restabelecimento teria que ser feito, em no máximo, uma hora.
A magistrada decidiu que, caso alguma das empresas não apresentasse um Plano de Melhoria de Serviço em três meses, a multa diária seria de R$ 10 mil. Segundo a decisão, no prazo estabelecido, as empresas de telefonia deveriam demonstrar os reparos necessários, como as substituições e ampliações de equipamentos existentes, intensificação das manutenções preventivas da rede e disponibilização de mais portas de internet banda larga. Após a aprovação e homologação do plano de ação, as empresas devem implementá-los em até seis meses, também sob pena de multa diária de R$ 10 mil, decidiu a magistrada.
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