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Robinho tem fortuna estimada em R$ 100 milhões, vive do aluguel de imóveis e não sai mais de casa

Festas barulhentas entre amigos em sua mansão cinematográfica no Guarujá, partidas animadas de futevôlei nas manhãs ensolaradas da praia do Canal 3, a mais badalada da orla santista, e caminhadas de cara livre pelas ruas do bairro da Aparecida, onde mora em uma luxuosa cobertura de frente para o mar, em Santos, onde começou sua carreira. Há pouco mais de um ano, essa era a rotina do ex-jogador Robson de Souza, o Robinho.

A reviravolta na vida do ex-jogador do Santos, da seleção brasileira e de grandes clubes europeus, como Milan e Real Madrid, começou precisamente no dia 19 de janeiro de 2022, quando a mais alta corte da Justiça italiana encerrou um processo de seis anos e decidiu condená-lo a nove anos de prisão pelo crime de estupro coletivo contra uma jovem albanesa. O crime aconteceu na boate Sio Café, em Milão, na Itália, durante sua passagem pelo clube da cidade, em 2013.

Robinho não está preso na Itália porque já havia retornado ao Brasil antes da sua condenação e a Constituição Federal proíbe a extradição de brasileiros natos. No entanto, a execução de sentença estrangeira está prevista na lei. Portanto, a pedido do Ministério Público, na próxima quarta-feira, dia 20, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidirá se Robinho terá ou não de cumprir a pena no País. O caso promete parar o Brasil e ser midiático, aberto para a cobertura da imprensa nacional e internacional.

Desde sua condenação definitiva na Itália, Robinho iniciou um processo lento e gradual de reclusão social que o mantém quase em estado de prisão domiciliar há meses. Sua última aparição pública ocorreu em 27 de fevereiro, quando acompanhou o filho mais velho, Robson Júnior, atleta sub-17 do Santos, para fazer exames médicos no CT Rei Pelé. A presença do ex-jogador no seu ex-clube causou enorme polêmica porque coincidiu com a realização de uma churrascada do elenco profissional comandado por Fábio Carille.

No mesmo dia, o Santos emitiu nota oficial para negar a participação de Robinho na confraternização. “O ex-jogador Robinho esteve no CT Rei Pelé para acompanhar o seu filho, Robson, em um exame médico e apenas cumprimentou os participantes do churrasco realizado para o elenco, comissão técnica e diretoria. O clube deixa claro que não houve convite, muito menos a participação na confraternização”. O Santos saiu com essa sobre um dos principais jogadores que o clube teve em sua recente história. Não queria misturar seu momento de retomada após cair para a Sërie B com a imagem do jogador condenado por estupro.

Segundo um velho conhecido e ex-funcionário da família de Robinho, que pediu para não ser identificado, o ex-jogador só tem se aventurado a sair de casa de carro e sempre disfarçado, com boné e óculos escuros, pois teme sofrer execração pública nas ruas da cidade. “Mesmo assim é raro ele sair do apartamento. Ele tem medo da reação das pessoas. Às vezes, ele leva os filhos mais novos à escola e o Júnior para treinar no Santos. Mas, ultimamente, Robinho tem preferido até mandá-los com motorista particular”, contou à reportagem do Estadão.

Dono da barraca frequentada por Robinho por muitos anos e outros ex-jogadores do Santos, como Alex, Madson, Domingos e Yuri Lima, Bida confirmou que “faz um tempo que ele não aparece, está esperando o resultado do julgamento”, afirmou. “Semana passada, ele disse que viria, mas não veio.” O Estadão esteve na barraca onde Robinho costumava aparecer para jogar futevôlei.

COMPANHEIRA FIEL

Filho único de Gilvan Souza e Marina da Silva Souza, Robinho tem dois filhos, além de Robson Júnior, de 17 anos: Gian Lucas, de 13, e Giulia, de apenas 8. Os três são frutos do casamento dele com Vivian Guglielmetti. Apesar da fama de “mulherengo” do marido e do episódio de estupro em Milan, ela tem sido sua fiel companheira desde os tempos de namoro na adolescência. O casamento estremeceu anos atrás, por causa da acusação e condenação por estupro, mas eles se reataram. “Achei que a mulher dele fosse abandonar o barco depois dessa confusão, mas não abandonou”, comentou o ex-funcionário da casa do jogador.

Sua voz e indignação com Robinho aparecem em conversas grampeadas durante o processo de investigação da polícia italiana que o site Uol teve acesso e que virou um podcast em capítulos com o nome “Os grampos de Robinho”. Vivian condenou os amigos de Robinho que estavam com ele no ato do estupro, mas, desde então, se manteve fiel ao marido e aos filhos.

PATRIMÔNIO

Apesar de ter revelado a amigos que deixou de embolsar cerca de R$ 8 milhões desde a sua condenação definitiva, em 2022, Robinho ainda ostenta um patrimônio pessoal de dar inveja a muitos grandes jogadores da atualidade, estimado em R$ 100 milhões. Somente na Baixada Santista, o ex-jogador possui 21 imóveis registrados em seu nome ou no nome dos seus pais, dos quais é o único herdeiro.

O principal patrimônio do ex-jogador é a casa no condomínio de Acapulco, no Guarujá, avaliada em mais de R$ 30 milhões. A mansão era frequentemente utilizada para a realização de grandes festas com os amigos mais próximos. “Essa casa tem até um cinema de alta qualidade, além de piscinas e um campo de futebol. Lá, eles faziam festas toda semana. Agora, a casa vive fechada”, contou um ex-funcionário da casa.

Robinho chegou a ter um contrato assinado com o Santos, mas o documento foi rasgado quando a torcida pressionou a diretoria e a fez mudar de ideia. Desde então, Robinho passou a ser um “ex-jogador em atividade”, porque oficialmente o atacante de 40 anos nunca encerrou a carreira.

TRÂMITE NA JUSTIÇA BRASILEIRA

Os amigos desapareceram e ele sentiu que não é bem-vindo no clube que ajudou a ganhar muitos títulos. Robinho vive de renda e dos aluguéis dos seus imóveis. Desde março de 2023, o jogador está proibido de sair do Brasil, após entregar seu passaporte por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O relator da ação do julgamento de quarta-feira é o ministro Francisco Falcão. No tribunal, 15 dos 33 ministros com maior tempo de atuação vão votar a favor ou contra o cumprimento da pena de nove anos no País. Diferentemente de Daniel Alves, também condenado por agressão sexual na Espanha e preso por 13 meses durante o processo, Robinho não ficou um dia sequer atrás das grades. Na Itália, ele foi condenado em todas as instâncias. Vale lembrar que a execução de sentença estrangeira está prevista na Constituição Federal, ou seja, é um procedimento comum. Mesmo se os magistrados entenderem que Robinho deve ser preso no Brasil, sua defesa pode recorrer. Ele não será preso imediatamente.

Fonte: Terra

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