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As razões que levaram o Acre a ser referência em transplantes no Brasil

O governo do Estado por meio da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) realizou, no último final de semana, mais dois transplantes de córnea. Ao todo, o Estado já totaliza 15 transplantes de córnea desde o início deste ano.

Os tecidos oculares foram provenientes de Fortaleza-CE e as receptoras são Creuza Gomes de Barros, 80 anos, de Rio Branco, que encontrava-se em lista de espera para transplante com uma córnea óptica desde de agosto de 2021, devido a um quadro de ceratopatia bolhosa no olho direito, e ⁠Clívia Fernandes de Andrade, 23 anos, também de Rio Branco, acometida por um leucoma no olho esquerdo, e também aguardava pelo transplante desde de agosto de 2021.

“Continuamos avançando com os procedimentos de córnea, um serviço que podemos dizer que já tem sido contínuo no hospital. Os transplantes foram realizados com sucesso, sem intercorrências e finalizados por volta das 12h do sábado”, conta a coordenadora de transplantes, Valéria Monteiro.

No ano de 2023, o governo do Acre retomou os procedimentos de transplante de córnea de pacientes que aguardavam na fila de prioridade da Fundhacre. O intuito é continuar assistindo os usuários que precisam passar pelo transplante de córnea, um procedimento cirúrgico de alta complexidade que permite o tratamento de doenças que atingem o órgão e levam à cegueira.

Também ocorreu no centro cirúrgico da Fundhacre dois procedimentos de transplantes de fígado, o que caracteriza que o Estado do Acre segue progredindo nos serviços de transplantes hepáticos. Já foram realizados cinco procedimentos somente este ano, e neste final de semana: a paciente Antônia Ferreira Vaz, 65 anos, procedente de Rio Branco, portadora de cirrose hepática por hepatite C, recebeu um fígado de um doador de 39 anos, procedente de Porto Velho-RO.

A logística contou com o apoio da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e da Central Estadual de Transplantes, que viabilizou o transporte terrestre garantindo, assim, a ida da equipe até o doador, onde foi realizada a cirurgia de captação e retornaram para Rio Branco em tempo hábil, com o apoio da Força Aérea Brasileira.

“Trabalhamos todos em conjunto, com um único objetivo: a vida das pessoas. A Secretaria de Estado de Saúde e a Fundhacre não medem esforços para que ocorra da melhor forma ao paciente”, ressalta a responsável pela Central Estadual de Transplantes, Celiane Medeiros.

Já o receptor Valdenilton Castelo Branco, 41 anos, procedente de Cruzeiro do Sul-AC, portador de cirrose hepática decorrente do vírus da hepatite B e Delta, com quadro agravado por hepatocarcinoma, aguardava pelo transplante desde 2021, quando começou a ser acompanhado pela equipe de transplantes da Fundhacre.

Teve seu doador notificado pela Central Estadual de Transplantes ainda no final da tarde do sábado, 2, quando rapidamente a equipe de transplantes se mobilizou para realizar toda a logística, com o apoio da FAB para o deslocamento da equipe nas primeiras horas da manhã de domingo, 3, novamente para o município de Porto Velho-RO, onde foi realizada a cirurgia de captação. A equipe retornou para Rio Branco com o fígado por volta das 12h, quando uma segunda equipe já preparava o receptor.

“Essa já foi uma cirurgia complexa, porém finalizada com sucesso por volta das 20h. O paciente também segue em recuperação na Unidade de Terapia Intensiva da Fundhacre, aos cuidados da equipe pós-transplante”, encerrou Monteiro.

O transplante de fígado é um procedimento cirúrgico no qual um fígado doado é implantado em um paciente com doença hepática avançada. Geralmente é realizado quando outras formas de tratamento não são mais eficazes.

Na Fundhacre o serviço teve, em janeiro deste ano, habilitação renovada pelo Ministério da Saúde (MS), onde reconhece que o hospital está habilitado e tem todas as condições necessárias para continuar realizando o transplante.

Em 2023 o serviço foi destaque a nível nacional, ficando em quarto lugar em maior número de procedimentos por milhão de habitantes. Ao todo somam-se 85 procedimentos desde o início do programa, em 2014.

Transplante de órgãos salva vidas
O transplante de órgãos é muitas vezes a única opção de tratamento para pacientes com doenças hepáticas ou outras condições graves. Oferecer esse serviço pode salvar vidas. Para pacientes portadores de hepatopatia crônica em estágio avançado, o transplante pode melhorar significativamente sua qualidade de vida e proporcionar uma segunda chance.

Ao oferecer serviços de transplante, o Estado está proporcionando cuidados de saúde de alta complexidade completos e abrangentes aos seus cidadãos, garantindo que tenham acesso a tratamentos de ponta quando necessário. Nos últimos anos o governo do Acre vem se empenhando e investindo na manutenção dos serviços de transplante para atender às necessidades de saúde de seus cidadãos e garantir uma sociedade mais saudável e equitativa.

“A saúde tem sido uma das prioridades no governo. Muitos são os investimentos em obras, equipamentos e serviços que possam estar promovendo assistência ao usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), seja em consultas, exames ou cirurgias. Nos transplantes não é diferente. O número de procedimentos vem crescendo, o que caracteriza transplantados com sua saúde recuperada”, pontua João Paulo Silva, presidente da Fundhacre.

Os procedimentos ocorrem na Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), que disponibiliza toda estrutura, assistência técnica e logística para a equipe de transplantes e receptores dos órgãos. A Organização de Procura de Órgãos (OPO) vinculada à Central Estadual de Transplantes, com a coordenação da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), apoia o processo de captação do órgão.

Quando o órgão é de outro estado, a Força Aérea Brasileira (FAB) realiza o transporte, sendo este um apoio de extrema importância devido à sua capacidade de agilizar o transporte, garantindo que o órgão chegue ao destino com rapidez e segurança, além de superar obstáculos geográficos e logísticos, possibilitando que os órgãos cheguem a áreas remotas ou de difícil acesso dentro do país.

“Com toda a certeza, o apoio prestado pela Força Aérea Brasileira é de fundamental importância, principalmente quando se tem a necessidade do rápido atendimento ao cidadão, seja em transporte de órgãos ou enfermos. Esse trabalho leva esperança ao indivíduo, à família e até mesmo a nós. E não somente, é com grande orgulho que podemos completar mais uma missão e levar vida pelas asas da FAB”, relatou o tenente aviador Luiz Eduardo Silveira Corrêa Maia, comandante da aeronave C-97 que realizou o transporte de um fígado neste domingo, 3.

Transplante de rim
Agora o governo do Estado, por meio da direção da Fundhacre, segue em tratativas finais para o retorno do transplante renal, o qual aguarda somente a liberação da portaria de habilitação junto ao Ministério da Saúde, com previsão para início dos procedimentos ainda este ano.

Os pacientes que aguardam pelo transplante de rim seguem sendo assistidos pela equipe multidisciplinar da Fundhacre, por meio dos atendimentos no ambulatório pré-transplante.

Edmilson Ferreira
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Edmilson Ferreira

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