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Erosão em rios favorece crise fluvial em Rio Branco, diz pesquisador

O governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDEC), realizou na última sexta-feira, 1º, de forma virtual, uma Reunião Extraordinária de Monitoramento da Cheia dos Rios no Acre 2024.

O encontro ocorreu em parceria com Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

O debate foi realizado pelo Canal do YouTube da Sema.

O encontro discutiu os prognósticos climatológicos do início do ano e o panorama geral do período de cheia dos rios na Região Norte com ênfase no Acre.

A secretária do Meio Ambiente, Julie Messias, iniciou o encontro com uma apresentação sobre a atuação da Sema e do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma) e agradeceu os palestrantes pela participação.

“Esse encontro foi uma oportunidade para que analisássemos o cenário de cheia na Região Norte, com ênfase no estado do Acre, para termos mais dados detalhados e, assim, podermos disponibilizar informações técnicas e previsões climatológicas que subsidiem todos os agentes a terem acesso a informações qualificadas e quantificadas nas tomadas de decisões. É importante fortalecer o monitoramento e o poder de resposta, uma vez que estamos vivenciando eventos climáticos cada mais extremos, como a cheia e a seca,” afirmou.

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Acre, coronel Charles Santos, falou sobre a atuação da corporação e do enfrentamento às enchentes neste período.

“Estamos enfrentando mais um evento de cheia e o governo está com todo o seu aparato para dar suporte às vítimas. Realizamos um intenso monitoramento acompanhando esse evento e estamos com todo o nosso efetivo em campo”, disse.

O analista em Ciência e Tecnologia, meteorologista do Censipam e doutor em desenvolvimento regional e meio-ambiente, Dr. Luiz Alves dos Santos Neto, apresentou o Boletim Climático da Amazônia para os meses de fevereiro, março e abril de 2024.

“Esse acumulado de chuvas provocou essa calamidade toda. São chuvas em um dia que ocorreriam normalmente no mês inteiro. Então, pelo volume ser muito elevado, e como elas ocorreram na cabeceira dos principais rios do estado, a chuva que caiu na cabeceira fez com que essa onda de cheia passasse em cada ponto das margens dos rios provocando essas alagações em várias cidades acreanas”, explicou.

O Dr. Marcus Suassuna, pesquisador do SGB/CPRM, que atua na Equipe do Sistema de Alerta Hidrológica da Bacia do Rio Acre (SAH Acre), apresentou o Sistema de Alerta Hidrológico e o Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Acre.

“Falei sobre a situação de Assis Brasil, Brasileia. Assis Brasil, que foi a segunda cheia de histórica, Brasileia, que foi a pior cheia de histórica, Xapuri, que foi a segunda, e provavelmente não deve voltar a subir mais. Em Rio Branco, o nível do rio está subindo ainda e a contribuição do Riozinho do Rola esse ano não parece estar sendo tão significativa”, disse.

Ele afirma ainda que o processo erosivo em Rio Branco pode estar favorecendo a crise fluvial. “Mostrei a tendência do aumento das cheias, das vazões máximas anuais, que é o que está acontecendo, e também está tendo um aumento de processo erosivo no trecho de Rio Branco, isso, por um lado, pode estar favorecendo essa questão”, afirmou.

A pesquisadora do Cemaden Drª Larissa Antunes da Silva, especialista em hidrologia, também participou da reunião e, dentre as suas considerações, explicou.

“Considerando a previsão hidrológica do sistema europeu GLOFAS [sistema europeu de previsão], a previsão é de que os rios continuem a subir nos próximos dias, até o início da semana que vem, entre os dias 5 e 6 de março, e depois há tendência de que ocorra vazão, gradativamente. Existe uma pequena probabilidade, segundo a previsão do modelo, de que os rios voltem a subir um pouco no final do mês de março, começo do mês de abril, porém, em uma proporção muito menor do que o que está acontecendo agora”, avaliou.

Edmilson Ferreira
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Edmilson Ferreira

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