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Acre bate recordes de produção de soja e milho e confirma potencial do agro

Com o início do ano de 2024, é possível vislumbrar as conquistas adquiridas com os esforços do governo do Acre no ano que se passou, e uma delas foi levantada recentemente pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). A publicação evidencia o crescimento do agronegócio no Acre, o qual têm se destacado a nível nacional, batendo recordes de produtividade, principalmente na produção de milho e soja.

De acordo com o referido instituto, as safras de milho e soja são as maiores dos últimos 30 anos, com o volume saltando de 61,3 mil toneladas no início da década de 1990 para 178,6 mil toneladas em 2022. E tal feito é possível com terras férteis, clima propício e o apoio governamental prestado na busca de crescimento econômico.

Programas de incentivo de mecanização, recuperação de áreas não produtivas e/ou degradadas, infraestrutura e armazenamento são algumas das ações que o governo do Acre desempenha, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri).

Tal papel é fundamental para o desenvolvimento agrícola, que é traduzido em números, como o aumento em 104,6% da produção de soja de 2022 até 2023. Já a produção de milho obteve um aumento de 14,80% a mais na safrinha, após a colheita da safra.
Disponibilidade abundante de grãos influencia diretamente na expansão da produção de carne, aves, suínos e laticínios, permitindo que os criadores aumentem seus rebanhos e melhorem a qualidade dos produtos. Foto: Diego Gurgel/Secom
Aumento na produção
Frente a esses números, o titular da Seagri, Luís Tchê, enfatiza: “As produções agrícolas do Acre estão atingindo níveis sem precedentes, e tal aumento se atribui a diversas aplicações em investimentos tecnológicos, pesquisa e infraestrutura, sempre na busca de prestar um braço amigo, ajudando o produtor a crescer junto com o estado”.

O secretário de Estado continua: “O governo tem investido na abertura e recuperação de ramais, prestado apoio técnico aos produtores, disponibilizado maquinário pesado e procurado oferecer as condições necessárias para impulsionar a zona rural. Estamos buscando otimizar o uso da terra e dos recursos hídricos para maiores rendimentos por hectare”.

Assuero Veronez, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (Faeac), contextualiza o crescimento do plantio de grãos no Acre como um fenômeno recente, iniciado em decorrência dos solos adequados e da criação da hidrovia do Rio Madeira, possibilitando uma via de exportação eficiente e de baixo custo para a região.

O presidente também destaca o papel colaborativo do Estado próximo aos agricultores: “Para que o nosso potencial continue se desenvolvendo, precisamos dessa participação do governo, promovendo políticas públicas de amparo, apoio e incentivo para os produtores do campo”.

Produzindo honra
Um dos agentes de aumento na produção de grãos e beneficiados com o trabalho do Estado é Juarez Rodrigues Júnior, o qual com 30 anos honra o nome e a produção rural herdada por seu pai Juarez Rodrigues. Marcando o nome da Transacreana na produção da capital do Acre, o agricultor produz principalmente milho, além de investir na criação de gado e na piscicultura.

Produtor rural já recebeu diversos apoios do Estado, como a força de equipamentos agrícolas, conhecimento de técnicos especializados e apoio na logística de distribuição da nossa produção. Foto: Neto Lucena/Secom
Atualmente como médio produtor, o empreendimento familiar sempre contou com o apoio do Estado, principalmente no início da produção com a ajuda de conhecimentos técnicos e a força de mecanização.

“Este é um projeto de agricultura familiar. Trabalho diretamente no campo desde pequeno e tenho levado pra frente desde o falecimento do meu pai há três anos. Felizmente, sempre tive a sorte de contar com o apoio do governo do Acre. Esse incentivo é imprescindível para o nosso desenvolvimento”, pontua o jovem produtor.

Ele também, em sua perspectiva de trabalhador rural, demonstra a ânsia de mais outros como ele, de maior participação do governo e demais instituições: “Entendemos as limitações, mas para gerar maiores crescimentos, necessitamos também de maior participação. Beneficiando principalmente os pequenos produtores”, conclama.

Outro apoio que Juarez e demais produtores acreanos encontram do Estado é o de obtenção de crédito rural, com as orientações de profissionais da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Acre (Emater/AC), prestando assistência técnica e acompanhamento de todas as fases da execução do projeto.

O crédito rural é um financiamento destinado a produtores rurais e as suas cooperativas ou associações, com o objetivo de estimular os investimentos e ajudar no custeio da produção e comercialização de produtos agropecuários.

Ajudando os pequenos produtores, a Emater trabalha junto dos ruralistas, disponibilizando conhecimentos técnicos nas mais diversas aplicações. “Estamos sempre marcando presença nas produções e culturas dos agricultores acreanos, sempre prezando por um produto de qualidade e frutífero, visando o desenvolvimento econômico de nossa população”, assegura Sebastião Jaccoud, engenheiro agrônomo da Emater.

Controle de pragas
Outra instituição governamental importante para o desempenho do agronegócio é o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Acre (Idaf), o qual, frente à milho e soja, se volta para a fiscalização e monitoramento de pragas quarentenárias, aquelas que podem causar grande impacto na agricultura nacional.

A coordenadora de Educação Sanitária Vegetal do Idaf, Sandra Teixeira, explica: “A simples presença de organismos vivos em determinado local pode comprometer a comercialização de produtos ou destruir cultivos, tornando-se uma barreira para exportações”.

Precisamente quanto à soja, outra tarefa do instituto é o estabelecimento do calendário de semeadura e acompanhamento do vazio sanitário, com medidas de controle do fungo causador da ferrugem-asiática da soja.

Segundo portaria do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o vazio sanitário é o período definido e contínuo em que é proibido cultivar, manter ou permitir, em qualquer estágio vegetativo, plantas vivas emergidas de uma espécie vegetal em um determinada área.

A coordenadora também aponta quanto ao enfezamento e viroses do milho, doenças sistêmicas e vasculares que afetam a fisiologia e a nutrição das plantas de milho: “Asseguro que essa é uma doença que não está presente no Acre e se encontra com maior facilidade em plantações do sudeste do país. Com isso, estamos sempre em alerta para manter pragas como essa longe das nossas plantações”.

O notável crescimento do agronegócio no Acre não apenas reafirma a promessa de um futuro próspero para o Estado, mas também destaca a importância crucial do apoio governamental e da colaboração estreita entre os setores público e privado. Com recordes de produção de milho e soja, impulsionados por investimentos em tecnologia, infraestrutura e assistência técnica, o horizonte agrícola do Acre se mostra promissor, enquanto se ampliam as oportunidades para os agricultores locais.

Edmilson Ferreira
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Edmilson Ferreira

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