Por Teletime —
Além disso, o relatório apontou que a conectividade 3G ainda prevalece nas áreas rurais. Isso porque os usuários sondados pela Opensignal gastam, em média, quase 25% do tempo conectados a esse tipo de rede, enquanto essa mesma taxa nas áreas urbanas não chega a 15%.
Ainda de acordo com a empresa, a disponibilidade de sinal é outro desafio na conectividade rural do País, já que os usuários nessas regiões passam 7,3% do tempo sem sinal. Isso é 3,4 vezes mais do que o observado nas regiões urbanas do Brasil, que ficam apenas 2,2% do tempo médio sem conectividade móvel.
A qualidade geral da experiência de streaming de vídeo também é relativamente melhor nas áreas urbanas do que nas regiões rurais. Com 55,8 pontos, a experiência de vídeo nas cidades brasileiras é classificada como regular (métrica que vai de 48 a 58 pontos).
Na prática, isso significa que, em média, as pessoas nas cidades podem transmitir vídeos em qualidade de 720p ou superior, com tempos de carregamento satisfatórios e travamentos “substanciais”. Enquanto isso, aqueles que vivem nas áreas rurais têm uma experiência de vídeo ruim (46,3 pontos).
Em Roraima e no Amazonas, o tempo sem sinal é sete vezes maior nas áreas rurais do que nas áreas urbanas: ou seja, ultrapassa 20% nas áreas rurais. No Amapá, Acre e Pará o tempo sem sinal na zona rural é mais de cinco vezes maior que na zona urbana.
Já o Distrito Federal vê a menor disparidade relativa no tempo sem sinal entre as áreas rurais e urbanas – apenas 1,6 vez, à frente dos 2,2 vezes de São Paulo, segundo a Opensignal. Mas quando o assunto é diferença na velocidade de download desses dois tipos de localidades, o DF não performa bem.
A unidade federativa da capital é a sétima com a maior diferença nesse quesito, pois a velocidade média em áreas rurais é 31,7% mais lenta que na cidade. O pior panorama é no Amazonas (40,3%), enquanto o melhor cenário é visto em São Paulo (13,9%), Amapá (16,9%) e Rio de Janeiro (18,9%).
Roraima tem a maior diferença de tempo de sinal entre regiões rurais e urbanas. Imagem: Reprodução/Opensignal
O que diz a Opensignal
De acordo com a empresa de análises, a estratégia do Brasil de priorizar as áreas urbanas do País na implantação do 5G é uma das razões por trás da lacuna vista no estudo. Isso porque, o tempo maior gasto em redes de quinta geração aumentam as pontuações gerais da métrica.
“Os dados da Opensignal mostram que as redes móveis têm concentrado as suas implementações 5G principalmente na banda de 3,5 GHz, em vez de na banda de 700 MHz, que seria mais adequada para fornecer cobertura 5G em áreas rurais menos densamente populares”, explicou o relatório.
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