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Acre, a última fronteira, inspirou em seu passado o sonho de muitos que se aventuraram em projetos de desenvolvimento de uma economia forte e próspera, mas sucumbiram diante das dificuldades imposta pela região, uma legislação esdrúxula, corrupção e incompetência dos governos ao longo do tempo.

Do sonho acreano, só sobrou escombros quase não mais vistos ou lembrados. Engolidos pelo tempo que foram. O tão sonhado celeiro agrícola das décadas de 70, 80 e 90 se transformou em fazendas grandes, médias, pequenas e micro a um custo econômico e social além do que se pode imaginar. O boi venceu!? (venceu entre aspas, criar gado nas terras de Galvez não é tarefa para principiantes).

Desse tempo pujante sobraram os prédios da Emater, Colonacre, Cageacre, Codisacre, Funtac, Banacre e até o da velha Eletroacre, além de outras “Acre alguma coisa” que ninguém nem lembra mais.

Dos Núcleos de Apoio Rural Integrado, os Nari’s, inspirados nos Kibutz israelenses, não sobrou um tijolo sequer para contar a história dramática de homens e mulheres que sonhavam em transformar o estado no celeiro agrícola do Brasil (quiçá, do mundo). Como diz o poeta, a vida vem em ondas como o mar. O sonho acreano também.

Depois da falência dos seringais vieram os migrantes em ondas. Surgiu a borracha de cultivo (PROBOR – virou literalmente cinzas), arroz, feijão, café, cacau, guaraná, café de novo, pimenta longa, uma outra cultura do Sibá Machado (que não lembro o nome), peixe e depois café de novo e agora café novamente.

Tudo isso, aliado a ideia de exportações para o Peru à época. As caravanas para Lima, Peru, eram verdadeiras farras regadas a uísque e frutos do mar. Dentre os “acordos” de exportação, os peruanos ainda mandaram um avião com tomates e verduras estragadas.

Desse tempo em que o Acre exportou nada para lugar nenhum sobrou uma velha garrafa de cerveja San Juan (peruana) na prateleira do Bar do Vaz. Está lá como testemunha e memória de uma época; de um Acre que tudo teve, mas não teve nada. A pobreza e a miséria que se vê hoje no campo e nas periferias das cidades é a colheita do que foi semeado no passado. Os da “terra prometida”, que acamparam na Aleac, é resultado de um sonho que virou pesadelo, o sonho acreano.

Hoje, diferente do antigo sonho, aos trancos e barrancos aves e suínos prosperam no Vale do Acre alimentando um novo sonho. A piscicultura não vingou, quem sabe um dia mais na frente.

“E ainda há tanta coisa a se fazer pelo Acre”. (Coronel José Plácido de Castro)

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