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Teste da Urna: começou a 2a etapa de inspeção do código-fonte

Já foi dada a largada para a 7ª edição do Teste Público de Segurança da Urna (TPS). Nesta semana, de 16 a 20 de outubro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebe a visita de mais pessoas pré-inscritas no evento para inspecionar o código-fonte da urna eletrônica. O exame detalhado do conjunto de comandos existentes nos equipamentos é uma etapa essencial para subsidiar os planos de testes que serão executados durante o TPS, marcado para acontecer de 27 de novembro a 1º de dezembro deste ano.

Primeira semana de inspeção

Na semana passada, de 9 a 13 de outubro, 14 participantes do TPS 2023 estiveram na sala Multiuso, localizada no subsolo da Corte Eleitoral, em Brasília, para analisar o conjunto de comandos desenvolvido pela Secretaria de Tecnologia da Informação (STI) do TSE. Ao longo desses cinco dias, também foram realizados os procedimentos de compilação do código-fonte, lacração e assinatura digital do código da urna. Essa é a garantia de que as instruções inspecionadas pelos participantes não serão modificadas até a data do Teste.

Na oportunidade, além de examinar todas as instruções de programação em computadores instalados no ambiente, as futuras e os futuros investigadores também puderam conhecer os componentes físicos internos da urna e realizar uma bateria de testes funcionais que ocorrem na data do pleito, antes do início da votação. Uma das investigadoras participou de uma simulação da votação e votou em uma candidatura fictícia com nome de Povos Indígenas do Brasil.

Urna eletrônica 2022 foi toda desmontada

A demonstração foi conduzida pelo chefe da Seção de Voto Informatizado do TSE (Sevin/TSE), Rodrigo Coimbra. Ele desmontou a urna eletrônica modelo 2022 – que será testada no TPS 2023 juntamente com a versão anterior, de 2020 – na frente dos participantes, respondeu às dúvidas apresentadas ao longo da exposição e explicou qual é a função de cada uma das peças que integram o ecossistema do aparelho.

Para o servidor, a inspeção do código-fonte e a explanação técnica de como uma urna eletrônica opera são etapas fundamentais de preparação para o Teste. “A melhor forma de montar um plano de ataque no Teste da Urna é justamente conhecendo como a urna eletrônica funciona – seja tendo conhecimento de como é o circuito interno, de como são seus componentes internos ou de como funciona o sistema”, observou.

Desde o dia 9 de outubro, as pessoas inscritas no TPS já podem encaminhar para o Tribunal todo o planejamento dos testes que pretendem replicar na semana do evento. É possível submeter mais de um plano por investigador ou grupo de investigadores.

Planos ambiciosos e saldo positivo

Os dias 9, 10 e 11 de outubro foram movimentados para o especialista em Segurança da Informação Vitor Aloísio do Nascimento Guia, que viajou de Carpina (PE) até Brasília (DF) para inspecionar o código-fonte da urna eletrônica.

Segundo o participante, o objetivo da visita é apresentar um plano de ataque que atenda a, pelo menos, um dos critérios do edital do evento: “Um é verificar se posso quebrar a integridade do voto, popularmente dizendo, adulterar [o voto]. O outro é quebrar o sigilo do voto, identificar em quem foi que [o eleitor] votou”.

Ao analisar o código-fonte, Diego Vergaças, que é professor de Física e desenvolvedor de firmware em São Paulo (SP), optou por direcionar todo o foco da inspeção para o software interno da urna. A estratégia já foi traçada: obter o máximo de informações possíveis a respeito dos mecanismos que controlam toda a parte eletrônica do equipamento que poderão ser utilizadas para subsidiar os planos executados no TPS 2023.

Profissionais da área do Direito também marcaram presença no evento. É o caso da advogada Iracila de Nazaré Moraes da Silva, de Macapá (AP), e de Érika Maria Rodrigues de Castro, de Mont Mor (SP), servidora pública da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Elas se inscreveram no TPS 2023 para obter uma visão mais aprofundada sobre os aspectos técnicos do processo eleitoral brasileiro.

“É uma oportunidade única. É um espaço ao qual, no dia a dia, dificilmente a gente teria acesso. Eu penso ser muito importante até para divulgar esse conhecimento no sentido de que a urna é segura, que existe todo um trabalho, profissionais preparados, qualificados e que nós temos um sistema que a gente precisa valorizar”, afirmou Érika.

Texto e foto: TSE

Edmilson Ferreira
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