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ESTRADA DO PACÍFICO A união do Acre e Rondônia pela consolidação da rota interoceânica ocidental

Os governos e as assembleias legislativas dos estados do Acre e de Rondônia, em parceria com as federações e associações ligadas à indústria, ao comércio e ao setor produtivo, criaram na manhã desta segunda-feira, 10 de julho, o Comitê Interestadual de Fortalecimento da Rota Interoceânica Amazônia Ocidental. A agenda faz parte das ações estratégicas da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre (Seict) na reinserção do estado no cenário econômico internacional.

O encontro foi realizado no plenário deputada Lúcia Tereza, na Assembleia Legislativa do estado de Rondônia. Recepcionados pelo 2º vice-presidente da Casa, deputado Ribeiro do Sinpol (Patriota), a agenda de trabalho contou com a apresentação de dois painéis: o primeiro, comentado pelo titular da Seict, Assurbanipal Mesquita, promoveu a rota interoceânica Amazônia Ocidental; e o painel de potencialidades e balança comercial de Rondônia, pronunciado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico e vice-governador do estado de Rondônia, Sérgio Gonçalves.

Mesquita, que representou o governo do Acre, falou sobre a evolução das exportações acreanas entre os anos de 2010 e 2022, saindo de US$ 20,7 milhões para o volume US$ 53 milhões, destacando o setor agropecuário com a produção de milho e soja, o setor madeireiro, a castanha, suínos, bovinos e derivados.

“O governador Gladson Cameli tem um novo olhar no ambiente socioeconômico e de desenvolvimento humano. Nesta nova inserção regional e internacional, o Acre coloca o Brasil de frente para o Pacífico. Este novo cenário nos conecta com cerca de 30 milhões de habitantes. Estudos apontam novos negócios com geração de emprego e renda”, explicou Mesquita.

Gonçalves destacou a hidrovia do Madeira como corredor consolidado e reconheceu os avanços no modal rodoviário da interoceânica que corta o estado do Acre como um comércio de grande potencial de expansão.

“Os empresários chineses veem a entrada no Brasil pelo Atlântico. Assis Brasil é um caminho contínuo, o que precisa é vencer os gargalos, entre eles o da cota de caminhões que trafegam nos dois países para que as portas realmente possam se abrir para que haja fluidez nas transações comerciais”, justificou Gonçalves.

Outra participação importante no debate foi dos representantes peruanos. Membro agrícola da embaixada do Brasil em Lima, Ângela Pimenta Peres, vê a rota promovida pelo Acre como uma “rede de acordo importante para exportações brasileiras e uma conexão do Brasil com a Ásia e a Oceania”.

Henry Alvarez, consultor da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), defendeu um acordo para facilitação da exportação e importação dos produtos entre Brasil e Peru. “Em 2022 US$ 58 milhões foram negociados via terrestre pelo comércio transfronteiriço. Isso precisa ser fortalecido, contribuindo com mais desenvolvimento para 31 municípios e províncias peruanas cortados por essa rota”, analisou Alvarez.

Para o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Acre, deputado estadual Luiz Gonzaga (PSDB), com o apoio de Rondônia, o próximo passo é a busca de integração nos estados de Mato Grosso e Amazonas. “A nossa rota está funcionando. Ampliar o uso desse corredor é um desafio e, ao mesmo tempo, uma oportunidade. Essa união nos coloca no caminho certo para o crescimento da qualidade de vida de toda a sociedade”, acrescentou Gonzaga.

O 2º vice-presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia, deputado Ribeiro do Sinpol, falou da honra de receber a caravana acreana voltada ao fortalecimento da indústria. “Saímos com um direcionamento importante para a geração de emprego. Através da união, vamos superar os obstáculos e dar tranquilidade de escoamento de nossas commodities pelo Pacífico”, concluiu Sinpol.

A agenda definiu como principal encaminhamento a criação do comitê interestadual com representatividade das Assembleias, dos governos estaduais, os setores produtivo, da indústria e do comércio.

Veja o que os demais representantes presentes no encontro destacaram:

“Duas questões precisam ser analisadas: o que queremos exportar e por quais caminhos esses produtos chegarão ao Pacífico. Vejo que, pelo corredor terrestre, a grande viabilidade é a exportação de proteína. A exemplo do que já ocorre com a carne suína, a exportação de carne bovina é uma grande saída”.

Gilberto Batista, superintendente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia

“O Estado precisa ser enxergado por suas potencialidades. A Funtac é um ator importante na criação dessa rota interoceânica. Estamos elaborando o estudo de viabilidade econômica, técnica e ambiental desse projeto. Como vamos potencializar e como vai ser feito passa por esse estudo. A rota via Assis Brasil trabalha pelo melhoramento do que já está estabelecido”.

Iuçara Souza,  presidente da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac)

“Agradeço a acolhida de nossa comitiva em Rondônia. Hoje estamos representados por 19 deputados estaduais. É através dessa união dos estados que compõem a Amazônia que vamos crescer. Respeitando o meio ambiente, com um olhar diferenciado, o Acre vai colocar o Brasil de frente ao Pacífico”.

Nicolau Junior, deputado estadual (PP), primeiro secretário da Aleac

“Precisamos conversar com todos os que participam desse corredor interoceânico para definir os pontos estratégicos e, a partir daí, fortalecer a economia. A infraestrutura é o ponto chave. Temos que nos unir pelo desenvolvimento da região”.

Michele Melo, deputada estadual (PDT) e líder do governo na Aleac

“Juntando as forças políticas com o setor produtivo vamos conseguir o fortalecimento dessa região, que é tão rica e próspera. Quando se gera emprego e renda, diminui a violência. Esse é o caminho do desenvolvimento”.

Arlenilson Cunha, deputado estadual (PL) da Aleac

“Estamos otimistas e felizes por esse encontro em parceria com os prefeitos, autoridades do Peru, para essa discussão importante sobre a BR-317. Esse trabalho precisa ser constante, chamando a responsabilidade do governo federal. O fortalecimento da indústria gera empregos em Brasileia e isso precisa ser expandido para o resto do país”.

Fernanda Hassem, prefeita de Brasileia e vice-presidente da Associação dos Municípios do Acre (Amac)

Edmilson Ferreira
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Edmilson Ferreira

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