Política

Sessão do Congresso destaca importância de líderes comunitários

O Congresso Nacional homenageou nesta sexta-feira (26) o Dia Nacional do Líder Comunitário, em sessão solene marcada por registros ao papel relevante das lideranças como ponte entre os anseios da comunidade e o poder político. A data é comemorada no dia 5 de maio e foi estabelecida pela Lei 11.287, de 2006. 

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) — autor do requerimento de homenagem (REQ 7/2023), juntamente com a senadora Leila Barros (PDT-DF) e o deputado Vitor Lippi (PSDB-SP) — disse que a sessão solene é um reconhecimento ao trabalho e à dedicação das pessoas que se voluntariam para servir à coletividade, atuando como elos entre a comunidade e o poder público.

— Sem cooperação, a sociedade é apenas um grupo de indivíduos, um número, e nada significa, a não ser para ser usado para outros interesses. Os nossos líderes comunitários entendem que, juntos, podem, com as necessidades e os direitos reconhecidos, fazer com que suas comunidades tenham o que precisam — resumiu.

Izalci sublinhou que o governo não pode estar em todos os lugares nem conhecer as condições de vida em cada rua ou cada bairro, mas as lideranças comunitárias contribuem com a cidadania mesmo trabalhando sob sérias limitações.

No mesmo sentido, o administrador regional de São Sebastião (região administrativa do Distrito Federal), Roberto Medeiros Santos, definiu o líder comunitário como “os primeiros olhos” das gestões e conhecedores dos problemas e dos sofrimentos de seus colegas moradores.

— As nossas regiões administrativas também são a terra prometida dos nossos moradores. Esses homens e mulheres [líderes comunitários] fazem a diferença porque são eles que levam o primeiro olhar, as primeiras questões, os primeiros questionamentos e as primeiras demandas para nós da administração.

Bárbara Roriz, neta do governador Joaquim Roriz (1936-2018), lembrou que seu avô teve a consciência de que ninguém consegue governar sozinho e que era necessário ouvir o que o povo tinha a dizer. Em sua opinião, os líderes comunitários eram a “luz” do governador para enxergar seu povo e ajudar a transformar a cidade.

— De um lado, os líderes comunitários representando um coletivo, trazendo todas as necessidades, dores e amores de quem eles representam; do outro lado, aquele que pode fazer por aquele povo. É sobre essa troca, a importância dessa aliança a ser zelada, com carinho e respeito, com esse olhar carinhoso a ver as semelhanças entre os nossos, e não as diferenças. É sobre essa força que nos une em fazer o bem.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) relatou as oportunidades em que viu ações dos líderes comunitários para “construir um presente melhor ou um futuro mais alvissareiro”, inclusive enfrentando a truculência do Estado para preservar o direito à moradia.

— Líder comunitário tem a coragem como coisa de nascença. Quando se estabelece a sua liderança, ela vem tecida com a coragem, mas tecida com a esperança, tecida com a própria fé.

O deputado distrital Rogério Morro da Cruz (sem partido) também registrou a importância das lideranças comunitárias ao chamar atenção do Estado para as carências dos grupos que representam.

Discursaram ainda Natanry Osório, presidente do Conselho Comunitário do Lago Sul; Ilço Firmino, presidente da Associação Nacional dos Líderes Comunitários; Karl Max Enock, líder comunitário e chefe de cozinha; e Mestre Gilvan Andrade, presidente do Instituto Brasileiro de Capoterapia.

Fundo constitucional
Ao abrir os trabalhos e saudar as lideranças comunitárias, Izalci criticou a possibilidade de congelamento do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), acrescentado ao projeto do arcabouço fiscal (PLP 93/2023) por emenda da Câmara. Ele chamou a emenda de “diabólica” e prometeu empenhar-se para que o Senado modifique o texto.

— Estamos vivendo um momento difícil, no qual precisamos reafirmar a nossa importância de capital, que alguns insistem em não aceitar, mesmo depois de 63 anos de sua fundação e de ficar comprovado que foi a partir de Brasília que o Brasil se modernizou e se desenvolveu. Brasília é o nosso maior patrimônio, e não abriremos mão daquilo que conquistamos, que é o fundo constitucional — concluiu.

O deputado Professor Paulo Fernando (Republicanos-DF) também fez duras críticas à retirada de recursos do Distrito Federal, salientando que toda a bancada distrital na Câmara votou contra esse “ato grosseiro”.

— Foram 50 anos em 5 com Juscelino Kubitschek, e, em 5 minutos aqui, querem destruir tudo — protestou.

Fonte: Agência Senado

Edmilson Ferreira
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Edmilson Ferreira

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