Representantes de 15 instituições que integram a Câmara Técnica de Tecnologia e Inovação do Acre se reuniram com gestores da Embrapa, para discutir o planejamento das ações para 2023. Entre as principais demandas previstas para o órgão, no ano vindouro, que figuraram na pauta do encontro realizado no final de outubro, estão a instalação do Centro de Inovação e Tecnologia da Ufac, a continuidade das ações do Ecossistema de Inovação nos municípios de Xapuri, Sena Madureira, Cruzeiro do Sul e Rio Branco e a implementação da nova lei de inovação do Estado.
A Câmara Técnica de Inovação é uma instância do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre e tem entre suas funções promover e articular iniciativas dos setores público e privado e terceiro setor entre outras instâncias, para potencializar o desenvolvimento de projetos, pesquisas e outras estratégias de inovação para fortalecimento da economia local. Essa atuação deve ser alinhada a preceitos legais que valorizem tendências locais de desenvolvimento e estratégias que impulsionem o desenvolvimento sustentável do estado.
Criada em 2018, a lei de inovação do Acre passa por atualizações para adequar o foco das ações em âmbito estadual. A versão atual preconiza investimentos maiores em pesquisa e desenvolvimento com foco na indústria acreana – aspecto que lhe rendeu um caráter mais acadêmico – e dialoga pouco com o setor produtivo. Para promover as mudanças e ajustes necessários, a Câmara Técnica de Tecnologia e Inovação criou um grupo de trabalho com o objetivo de elaborar a proposta de uma nova Lei de inovação para o Estado.
“Essa atualização é necessária para possibilitar uma política pública voltada para o incentivo à captação de recursos e atuação em ensino e pesquisa, para concretização de investimentos em tecnologia e inovação, incluindo o fomento de diferentes segmentos do setor produtivo”, diz Lauro da Veiga Santos, coordenador da Câmara Técnica de Tecnologia e Inovação.
Para Jana Saito, chefe-adjunta de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Acre, a nova legislação será importante para fomentar e movimentar as instituições. “Concretizar ações de inovação exige muito incentivo e o envolvimento de diversos setores. Acreditamos que as mudanças fortalecerão os projetos de pesquisa e inovação no estado e torcemos pela aprovação da nova lei”, comenta.
Proposições da nova lei de inovação
Elaborada com base em discussões em torno do contexto e demandas atuais de diferentes segmentos econômicos e aspectos culturais do Acre, a minuta da nova lei de inovação está em análise na Assembleia Legislativa e Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict) desde o dia 29 de setembro.
Entre outros mecanismos de promoção e estímulo à inovação no Estado, o texto atualizado propõe o fortalecimento do Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Acre (SISTEC/AC) e a criação da Política Estadual de Estímulo, Incentivo e Promoção ao Desenvolvimento de “startups” e Empreendimentos Inovadores; de estímulo à construção de ambientes especializados e colaborativos de inovação; e de arranjos produtivos locais (APLs), Polos e “clusters” tecnológicos (conjunto de empresas associadas, especializadas no fornecimento de produtos e serviços para atendimento de determinados nichos de mercado).
União de esforços
A Embrapa participa da câmara técnica de inovação em conjunto com outras instituições, para consolidar o Viveiro de Inovação de Rio Branco, fórum de diálogo em fase de expansão para outros polos. “Nosso papel é somar esforços com empresas que queiram desenvolver novas tecnologias no formato de Inovação Aberta. Recebemos visitas de empresas selecionadas pelo Inova Amazônia, programa coordenado pelo Sebrae, voltado para o desenvolvimento de micro e pequenos negócios inovadores, e já estamos costurando possíveis parcerias”, finaliza Jana Saito.
Segundo Santos, a união de atores de diferentes esferas, em um trabalho colaborativo, é essencial para a realização de pesquisas e captação de recursos com foco em inovação. “Estabelecemos diretrizes e sugestões para as instituições que atuam em pesquisa e inovação no Acre, com o intuito de gerar tecnologias para tornar os negócios mais competitivos e gerar emprego e renda no estado, por meio de ações e processos inovadores”, destaca.
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