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Maioria dos alimentos estão cada vez mais caros no Acre

Marky Brito
Arlene Pessoa
Em julho, segundo a pesquisa dos custos das cestas básicas em Rio Branco realizada pela SEPLAG, o valor da cesta de alimentação apresentou leve alta (0,12%), seguido de aumento também nos preços das cestas de limpeza doméstica (1,62%) e higiene pessoal (2,49%), quando comparadas ao custo das cestas em julho.
Os dados foram coletados em 69 estabelecimentos comerciais, compostos por mercados varejistas de grande, médio e pequeno porte, açougues e panificadoras, distribuídos em 40 bairros de Rio Branco.
O custo total da cesta básica alimentar para um indivíduo foi de R$ 492,78, uma queda de – 0,12% em relação a junho, conforme tabela abaixo. Houve redução de preços em seis itens da cesta, sendo no tomate o mais expressivo (-10,75%), seguido pela banana (-6,87%), óleo  (-4,33%), feijão (-1,55%), arroz (-0,70%) e carne (-0,69%). Os demais produtos apresentaram alta, com destaque para a mandioca (14,07%), farinha de mandioca (6,30%) e manteiga (5,61%).

“Em julho, a farinha de mandioca e foi o item com maior percentual de aumento de preço, cerca de 14,07% em relação a junho, enquanto que o tomate (-10,75%) e a banana (-6,87%) foram os itens que apresentaram maior queda”.

A queda no preço do tomate corrobora o padrão observado no mês de julho para este item, conforme o último relatório do DIEESE para as 17 capitais onde a pesquisa da cesta básica alimentar também é realizada.
O número de horas de trabalho necessário para um trabalhador adquirir os produtos da cesta  básica alimentar foi de aproximadamente 89 horas e 26 minutos, cerca de 06 minutos a mais em relação ao tempo necessário medido em junho.Já o custo total da cesta básica de limpeza doméstica foi de R$ 66,71, um aumento de 1,62% em relação a junho, conforme tabela a seguir. Seis produtos sofreram alta, sendo destaque o item sabão em barra que apresentou variação positiva de 3,78%, seguido pela cera para assoalho (3,65%) e inseticida (2,71%). Os itens água sanitária e sabão em pó registraram decréscimo de -6,70% e -2,52%, respectivamente.
Para adquirir uma cesta básica de limpeza doméstica um trabalhador terá que trabalhar 12 horas e 06 minutos, o que representa 12 minutos a mais quando comparado com mês de junho/2022. O custo total da cesta de higiene pessoal para um indivíduo foi de R$ 22,54, um aumento de 2,49% em relação ao mês de junho. Em relação ao junho/2022, constatou-se alta de preço em três produtos da cesta, com destaque para o item barbeador descartável, que registrou variação positiva de 9,36%, na sequência o absorvente (3,71%). Já o creme dental e papel higiênico foram os únicos itens da cesta que tiveram recuou de preço, com variação de –
0,22% e -2,59%, respectivamente.

A quantidade de horas de trabalho necessário para um trabalhador adquirir uma cesta básica de higiene pessoal foi de aproximadamente 04 horas e 05 minutos, o que representa seis minutos a mais quando comparado com o mês de junho/2022.

“Para comprar as três cestas, em julho um trabalhador comum precisou trabalhar cerca de 105 horas e 38 minutos”.

A participação do valor das três cestas básicas continua significativa no rendimento de um trabalhador que recebia em julho de 2022 um salário mínimo de R$ 1.212,00, sendo de aproximadamente 48%, um aumento de 0,20% em relação a participação das cestas em maio.

Para uma família padrão de dois adultos e três crianças foi estimado um gasto mensal de R$ 1.724,72 com a cesta alimentar, R$ 233,47 com a cesta de limpeza doméstica e R$ 78,90 com a cesta de higiene pessoal, totalizando R$ 2.037,10 por mês. Revertendo esse valor em quantidade de salário mínimo necessário para a subsistência dessa família, o custo estimado para aquisição das três cestas em junho de 2022 foi de 1,68 salários mínimos.
Após sete meses de pesquisa é possível observar a evolução do custo total e de cada cesta para um indivíduo comum. Conforme o gráfico abaixo, entre janeiro e março o padrão de elevação do custo da cesta alimentar se destaca das demais, que apresentaram estabilidade, aumento e até queda. Esse padrão se inverte a partir de abril, quando o valor da cesta alimentar segue em queda até junho, com um leve aumento em julho, enquanto os valores das cestas de limpeza doméstica e higiene pessoal iniciam uma elevação constante.

A participação do valor das cestas no salário mínimo de um trabalhador também acompanhou o aumento de preços, com destaque para a cesta alimentar, que saiu de 36,77% em janeiro para 40,66% em julho, conforme gráfico abaixo. As demais cestas mantiveram leve queda de janeiro para fevereiro, com elevação desse mês para março e, por conseguinte de março para julho.
A soma da participação das cestas no salário de um trabalhador comum saltou de 43,50% em janeiro para 48% em junho, evidenciando o impacto do aumento de preços dos alimentos, inflação e combustíveis no Brasil e no mundo, agravado pela continuidade da guerra entre a Ucrânia e Rússia.

Porém, apesar do aumento, no mês de julho o custo da cesta alimentar em Rio Branco (R$  492,78) permanece abaixo da cesta de Aracaju (R$ 542,50), a mais barata no ranking de 17 capitais elaborado pelo DIEESE.

Marky Brito, Engenheiro Florestal (UFRA), Especialista em Gestão de Projetos (FGV), Chefe do Departamento de Estudos Pesquisa e Indicadores da SEPLAG.
Arlene Pessoa, Administradora (FAAO), Coordenadora da Pesquisa da Cesta Básica no Departamento de Estudos Pesquisa e Indicadores da SEPLAG.

Edmilson Ferreira
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Edmilson Ferreira

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