O governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre), realizou nesta sexta-feira, 24, no auditório da Universidade Federal do Acre (Ufac), o I Seminário Internacional de Saúde Indígena no Acre. O cuidado com a saúde da mulher indígena, do indígena em contexto urbano e da população indígena migrante foram os principais temas em discussão no evento.Com o objetivo de debater a promoção da qualificação do atendimento, do estímulo e integração das redes de atenção e do fortalecimento do cuidado em saúde indígena, estiveram presentes na solenidade de abertura a secretária de saúde, Paula Mariano; o superintendente do Ministério da Saúde (MS), Pedro de Oliveira; a presidente da Federação dos Povos Huni Kui, Valdenira Huni Kui; a chefe da ouvidoria geral da Defensoria Pública do Estado (DPE), Soleane Manchineri; além de outros representantes estaduais, municipais e dos povos indígenas.
De acordo com a secretária de saúde, Paula Mariano o evento demonstra a preocupação e o empenho do governo do estado do Acre com as populações indígenas. “A gente trabalha, como eu digo, em redes; redes de urgência, atenção primária. Então, assim, a construção dessa rede com a troca de conhecimentos e aprimoramento dela, respeitando a cultura e a continuidade da implantação em nossas unidades são medidas para oferecer um melhor atendimento à população indígena”, disse.
Para o técnico do Núcleo de Saúde das Populações Prioritárias e Vulneráveis e coordenador do evento, Vanderson Brito o fato de estado promover um evento exclusivamente voltado para saúde dos povos indígenas possibilita a discussão do indígena em contexto urbano e o entendimento de que a saúde desses povos não deve ser sistematizada, mas incluída no Sistema Único de Saúde (Sus).
A cirurgiã cardiovascular e indígena da etnia Guarani Mbya, Myrian Krexu foi uma das palestrantes do evento com o painel saúde da mulher indígena. Para a médica, um dos primeiros passos para solucionar os problemas que os indígenas sofrem com saúde é colocar em discussão essas pautas.
“Então é muito importante que a gente abra esse caminho para a discussão, não somente com profissionais não indígenas, mas também como profissionais indígenas. Porque começa com o apontamento da população sobre os seus principais problemas. É diferente a especificidade do povo do Acre, com o povo do sul, com o povo do sudeste e do nordeste. Então é muito importante que a gente inicie essa discussão e encontre soluções para as principais demandas da saúde indígena no Acre”, explicou.
“Esse evento, de modo geral, com um olhar bem profundo e realista é muito importante para toda a sociedade, não só para o índio, mas para o não índio. Tudo que fala sobre a saúde, está falando em alegria, paz e felicidade, que sem saúde não há felicidade. Nós precisamos nos aprofundar nesses assuntos, não só falar que está tudo bem, mas sim falar sobre os problemas que estão tendo e como devemos melhorar”, comentou o participante e indígena da etnia Shamandwa, Finamuká Paulo Brandão Shamandawa.
A programação que ocorreu das 8h às 17h trouxe ainda temáticas como saúde indígena e cosmologia, povos migrantes indígenas e um diagnóstico dos avanços e desafios da saúde indígena no Acre.