Fhaidy Acosta –
O workshop sobre Indicações Geográficas do Acre, realizado nesta quinta-feira, 19, no auditório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), destacou a importância do mapeamento e suporte institucional para a valorização dos produtos regionais.
A farinha de mandioca foi protagonista da apresentação, com o selo de indicação geográfica. O governo do Acre, por meio da Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), junto ao Sebrae, construiu um projeto técnico no valor de R$ 400 mil para adequação e reestruturação de cinco unidades de processamento automatizadas (casas de farinha) no município de Mâncio Lima, com a previsão de entrega oficial no mês de junho.
Além disso, o trabalho de certificação de indicações geográficas realizado pelo governo, Sebrae e instituições parcerias, passam a contribuir diretamente para a valorização do produtos e promoção da competitividade de mercado.
“Como o Sebrae tem como atribuição potencializar o micro e pequeno empreendedor, a gente vê nesse evento o resultado de um trabalho que estamos buscando desde 2019, que é o reconhecimento da força desse produtor, buscando valorizar o produto acreano de grande qualidade, mas que diante de um mercado muito agressivo e competitivo se tornava inexpressivo, na medida em que não havia certificações necessárias para entrar no mercado internacional de forma mais profissional”, explica o presidente da Fieac, José Adriano Ribeiro.
O workshop teve por objetivo capacitar os atores envolvidos, como o governo do Estado, a Embrapa, o Sebrae, a Fieac e as demais instituições sobre a utilização do selo geográfico em prol dos produtores.
“Nesse momento estamos tendo a felicidade de participar desse importante encontro, que visa consolidar os conhecimentos sobre o uso do selo da indicação geográfica, em especial a certificação que foi feita com relação à farinha do Juruá”, expõe o titular da Seict, Assurbanipal Mesquita.
A analista de projetos do Sebrae, Murielle Nóbrega, conta que vem atuando com o projeto em que está sendo feito o processo de reestruturação, promoção e fortalecimento da indicação geográfica de Cruzeiro do Sul, com o famoso produto que é a farinha de mandioca.
Indicação Geográfica
“A certificação por meio da indicação geográfica transforma o produto, que já é tão conhecido e valorizado no estado e também a nível nacional, em uma condição de ser internacionalizado. Com isso, toda a cadeia obtém ganhos em função da melhor remuneração e reconhecimento do produtor rural, da condição de processamento, que passa a ter valor agregado muito maior para potencialização das nossas indústrias e para a melhoria das divisas do estado em termos de comodes”, explica José Adriano Ribeiro.
“Para o estado, esse patrimônio da indicação geográfica é muito importante, pois valoriza um produto já tradicional da nossa produção familiar, e corresponde à modernização e à melhoria com agregação de valor, saindo da condição irregular e passa agora a ter mais qualidade no produto e uma garantia sanitária do mesmo. Além disso, o reconhecimento regional traz o valor agregado ao produto que engrandece a cultura e a região, sendo esta uma saída econômica para a comercialização do produto”, conta Assurbanipal.
“Também estamos fazendo a estruturação da indicação geográfica para o açaí de Feijó, que é a indicação de procedência. Estamos realizando o trabalho de consultoria, organizando todo o processo para solicitar a concessão ao órgão responsável, que é o Instituto Nacional de Propriedade Industrial”, relata Murielle Nóbrega.
Reconhecimento
“É importante registrar o apoio do governador Gladson Cameli, que aportou a reforma de cinco casas de farinhas, deixando aptas a serem certificadas, e agora caminhamos para a entrega oficial desses empreendimentos”, acrescenta o gestor da Seict.
A presidente da Central Juruá, Maria José Maciel, que é produtora rural e trabalha com a produção de farinha de mandioca, destaca o reconhecimento para com o setor e o apoio do governo, por meio da Seict, para a melhoria da qualidade de vida.
“Hoje, dentro da comunidade do Pentecostes, temos casas de farinha modernas. Antigamente, o produtor rural precisava levantar 1 hora da manhã para ir trabalhar. Hoje ele pode ir 7 ou 8 horas fazer a farinha dele. A Seict foi muito importante para esse trabalho, sempre estavam conosco, e eu só tenho a agradecer ao ver a nossa farinha com selo geográfico. Isso, para nós, é muito gratificante”, pontua a produtora rural.
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