Depois de desmarcar por duas vezes sua ida à Câmara dos Deputados, o ministro da Economia, Paulo Guedes enfim compareceu a Casa, nesta terça-feira, 23, atendendo a uma convocação feita pelo deputado federal Leo de Brito (PT-AC) para prestar esclarecimentos acerca de suas contas em paraísos fiscais, fato que veio ao conhecimento público após publicação de uma série de reportagens investigativas chamada Pandora Papers.
“Paulo Guedes que foi à comissão explicar o escândalo do Pandora Papers, das suas contas em paraísos fiscais com 9,55 milhões de dólares. Mas, não explicou nada, pelo contrário, se complicou ainda mais porque há indícios muito fortes de que nas respostas que ele deu à Comissão de Ética Pública, o senhor Paulo Guedes mentiu ao afirmar que seus parentes não fazem parte do sistema financeiro o qual ele coordena e é o principal signatário da nação hoje como ministro da Economia. Essa é uma situação gravíssima e o ministro não dá respostas aos problemas da nossa população” declarou o deputado acreano.
Além de Leo de Brito, os deputados Kim Kataguiri (DEM-SP), Elias Vaz (PSB-GO) e Paulo Ramos (PDT-RJ) também apresentaram requerimentos convocando o ministro e a proposta foi aprovada pelos demais parlamentares em votação no plenário.
Em seu pronunciamento na audiência que reuniu membros das Comissões de Fiscalização Financeira e Controle; Trabalho, Administração e Serviço Público, o deputado Leo de Brito classificou a situação envolvendo o ministro Paulo Guedes como absurda.
Para o parlamentar do Acre, a postura de Guedes torna-se ainda mais inaceitável e antiética diante da atual situação do Brasil e enumerou os motivos para ter essa concepção da gestão feita pelo ministro: a inflação com dois dígitos; a carestia dos alimentos, com a cesta básica acima da inflação; a alta dos combustíveis; os aumentos consecutivos do gás de cozinha; o Brasil voltando ao mapa da fome e ainda, temos o aumento dos juros que só fazem os banqueiros lucrarem.
“Essa vergonha internacional envolvendo Paulo Guedes, divulgada pelo Pandora Papers, não teria sido revelada se não fosse o trabalho do jornalismo investigativo. Essas informações atestam o fracasso da política econômica do governo Bolsonaro. Agora estão falando de uma ‘nova reforma trabalhista’ porque a primeira reforma trabalhista que diziam que iam criar seis milhões de empregos não gerou nada de empregos a e a informalidade está maior do que na época dessa proposta. Isso tudo comprova: a política econômica do governo Bolsonaro e de Paulo Guedes é um fracasso”, concluiu Brito.
Trabalhando
Leo de Brito frisou que mesmo diante de tantas perdas que a população brasileira vem amargando no governo de Bolsonaro, ele destacou em seu discurso em plenário a sanção da Lei do vale-gás, (Lei 1374/21), do qual é coautor junto com outros parlamentares do Partido dos Trabalhadores.
Brito destacou ainda que na última semana, a bancada denunciou que com o fim do Bolsa Família e do Auxílio Emergencial, promovido pelo governo Bolsonaro, mais de 25 milhões de famílias não foram incluídas no Auxílio Brasil.
“Nós estamos aí com a MP 1061 e nós, do Partido dos Trabalhadores, estamos propondo que o Auxílio Brasil que seja de R$ 600 para repor a inflação, estamos propondo para que o governo dê um prazo de pelo menos dois meses para que as pessoas que perderam o Auxílio Emergencial e não foram contempladas pelo Auxílio Brasil, elas possam entrar pelo CadÚnico. Nós vamos fazer essa discussão no plenário essa semana e queremos dar um alento a essas pessoas que o governo federal tá de costas”, afirmou.
No Estado do Acre, Leo de Brito ressalta que 79 mil famílias estarão sem renda com o fim dos auxílios. “Estamos falando de mais de R$ 8 milhões que deixam de circular na economia de um Estado pequeno como o meu. Isso é um verdadeiro crime e mostra a ineficácia da gestão econômica de Bolsonaro. É importante que o Brasil inteiro saiba o que está acontecendo nos 27 Estados da federação, no nosso país”, finalizou.