Saiba o que é apátrida e como pedir reconhecimento

Agência Brasil

O Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou, na semana passada, uma plataforma para agilizar os pedidos de reconhecimento da nacionalidade brasileira para pessoas que estão na condição de apátridas no país. Com o SisApatridia, a pasta pretende ampliar o atendimento digital para quem necessita dar entrada no processo. 

É considerada apátrida a pessoa que não tem sua nacionalidade reconhecida por nenhum país. De acordo com a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), essa situação ocorre no mundo inteiro por diversos motivos, entre eles a discriminação, os conflitos entre leis e a falta de reconhecimento de residentes de países que se tornaram independentes. A condição dificulta o acesso à educação, à saúde, a documentos e serviços financeiros.

Pela plataforma, o interessado faz o cadastro e o sistema encaminha a solicitação automaticamente para a unidade da Polícia Federal (PF) que será responsável pela análise do pedido. Todo o processo será feito eletronicamente. Após agendamento, o solicitante deverá comparecer uma única vez à PF para conferência dos documentos originais e coleta biométrica.

Após análise, o processo será remetido  ao Ministério da Justiça, que será responsável pela decisão final sobre a nacionalidade brasileira. Durante a tramitação será verificada, por meio de documentos e declarações prestadas pelo solicitante, a condição de apátrida.

Quem pode solicitar

Para dar início ao processo de reconhecimento da nacionalidade, a pessoa precisa ser residente no Brasil, não ter nacionalidade reconhecida por nenhum país e nem antecedentes criminais nos locais em que já residiu antes de chegar ao país.

Em 2018, o governo brasileiro concedeu a nacionalidade brasileira às primeiras pessoas reconhecidas como apátridas na história do país. As irmãs Maha e Souad Mamo foram naturalizadas brasileiras em Genebra, na Suíça, durante encontro do Acnur.

Nascidas no Líbano, as duas irmãs não puderam ser registradas no país, porque lá é exigido que os nascidos sejam filhos de pais e mães libaneses. Seus pais, de nacionalidade síria, também não puderam registrá-las no país de origem. Na Síria, crianças só são registradas por pais oficialmente casados, o que não era o caso deles.

Edição: Graça Adjuto

Edmilson Ferreira
Compartilhe
Publicado por
Edmilson Ferreira

Últimas Notícias

Concurso Unificado da Justiça Eleitoral: divulgados horários das provas para analista e técnico judiciário

O edital para a consulta pública aos horários das provas do Concurso Público Unificado da…

24/11/2024

O Acre se despede de Flaviano Melo

Neste sábado, 23, o Acre se despediu de uma de suas figuras políticas mais marcantes,…

24/11/2024

Uma artista acreana no catálogo internacional do artesanato; conheça o trabalho de Rodney Paiva

Semente de jarina e de açaí, uma palmeira típica da Amazônia, ganham formatos e cores…

24/11/2024

Aprovados R$ 56,7 mi para conexão à internet de 500 mil estudantes do Norte e Nordeste; 526 escolas estão no Acre

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou operações do programa BNDES Fust…

24/11/2024

Divulgada relação candidato/vaga final da seleção pública de 2024 do BNDES

No primeiro concurso após doze anos, a Seleção Pública 2024 do Banco Nacional de Desenvolvimento…

24/11/2024

MDB vai manter Vagner Sales na presidência, em meio a ameaças

A executiva do MDB deve se reunir na próxima terça-feira, para sacramentar apoio à permanência…

24/11/2024