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Estudo constata superpopulação de aves em florestas com bambus

O ex-aluno do curso de pós-graduação em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais, da Ufac, Diego Pedroza, e o professor do Centro de Ciências Biológicas e da Natureza, Edson Guilherme, publicaram artigo científico sobre a avifauna de sub-bosque nas três principais áreas de proteção ambiental administradas pela Ufac: Parque Zoobotânico (PZ), Fazenda Experimental Catuaba e Reserva Florestal Humaitá.

O artigo foi publicado, em inglês, na revista “Community Ecology”, com o título “Community Structure and Spatial Distribution of Understory Birds in Three Bamboo‑Dominated Forests in Southwestern Amazonia” (Estrutura da comunidade e distribuição espacial de pássaros do sub-bosque em três florestas dominadas por bambu no sudoeste da Amazônia).

As três áreas de estudo são fragmentos florestais isolados um do outro num raio de aproximadamente 30 quilômetros, tendo como ponto central a cidade de Rio Branco. Os fragmentos são diferentes entre si em relação a tamanho e tipo de matriz circundante (rural e urbana). O estudo revelou que cada fragmento florestal possui uma comunidade de aves única e que a avifauna do PZ se destaca por ser a mais diferente quando comparada com a da Fazenda Experimental Catuaba e da Reserva Florestal Humaitá. Além disso, o estudo apontou a ocorrência de uma superpopulação de ao menos três espécies de aves no PZ.

Além da avifauna entre os fragmentos florestais, o estudo comparou também a avifauna entre os habitats com e sem bambus. O estudo constatou que tanto a floresta com bambu quanto a floresta sem bambu possuem praticamente a mesma diversidade de espécies de aves. Contudo, existem espécies especialistas, ou seja, que só são encontradas nos habitats com a presença de bambus nativos (tabocais).

Os autores alertam que a fragmentação das florestas no leste do Estado do Acre tem sido responsável pela extinção local de algumas espécies e pela superpopulação de outras. “A causa das superpopulações precisa ser melhor investigada, mas tudo indica que o isolamento do fragmento em relação a outras áreas florestadas é um dos responsáveis”, relataram os pesquisadores.

Fragmentos isolados por matriz urbana como o PZ não permitem a dispersão dos indivíduos, que vivem exclusivamente no sub-bosque, para outras áreas florestadas. “Deve haver uma política pública que promova a formação de corredores ecológicos entre os fragmentos florestais, bem como a conservação das florestas dominadas por bambus nativos, devido à diversidade exclusiva de espécies que elas abrigam”, recomendaram os autores do artigo.

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